sábado, 11 de agosto de 2007

# 55

:: um sopro na poeira


e num pulo ele lembra que tem alguma coisa sendo deixada de lado na vida dele.

se levanta do sofa laranja onde cochilava, e num pulo corre e vem escrever alguma coisa que possa fazer sentido, ou nao.

tempos corridos os ultimos, ainda terminando de fazer as pequenas mudanças. Faltam 3 portas para serem colocadas no guarda-roupas e nao se lembra mais o que é uma cama, mas isso não o incomoda de forma alguma.

e cá está a tirar a poeira desse blog desse jeito meio corrido. mas novas palavras virão.

terça-feira, 24 de julho de 2007

# 54

:: das sacolas


e lá vai ele com duas sacolas brancas em cada mão. dentro delas coisas que julga essenciais naquele momento.. e sabe, que seu mundo não cabe em duas sacolas, talvez não caiba nem num mundo inteiro, mas naquele momento, duas sacolas são tudo o que seus braços conseguiam levar.

e segue, caminhando no caminho do seu novo local, onde começa a se reconstruir.

nas sacolas leva cds, livros, roupas e algumas lembranças.

e no peito leva liberdade.

no meio da caminhada pára por um tempo pra poder descansar os braços.
- moço, um guarapã.
- de garrafa ou latinha?
- de garrafa.

sábado, 21 de julho de 2007

# 53

:: sempre vai haver uma canção falando tudo de mim


vi tem muito tempo isso nos fotologs da vida e hoje no blog da Thaís e resolvi fazer tb. respondendo as perguntas com trechos de música.

1- Quem é você? "sou qualquer coisa de intermédio" (o Outro/ Adriana Calcanhoto).

2- Descreva-se: "numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê" (Retrato pra Iáiá/ Los Hermanos) ou "Tenho 25 anos de sonho e de sangue e de América do Sul, por força desse destino o tango argentino me vai bem melhor que o blues" (A Palo seco/Belchior)

3- O que as pessoas acham de você? "dizem que sou louco por pensar assim" (Balada do Louco / Mutantes) ou "Mesmo quando ele consegue o que ele quis, quando tem já não quer! Acha alguma coisa nova na TV, o que não pode ter, e deixa de gostar, larga mão do que ele já tem. Passa então a amar tudo aquilo que não ganhou!" (um par / Los Hermanos)

4- Como descreveria seu último relacionamento amoroso? "Foi bom enquanto durou, e valeu, o que passou já passou" (não faz mal / Mara) ou "Adeus você, eu hoje vou pro lado de lá, eu tou levando tudo de mim que é pra não ter razão pra chorar" (Adeus você/ los hermanos)

5- Descreva sua atual relação com seu namorado: "eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor e o quanto levou foi pra eu perceber e antes de um mês eu já nem sei e até quem me vê lendo jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei"(Ultimo romance/ los hermanos).

6- Onde queria estar agora? " Nos seus livros, nos seus discos, vou entrar na sua roupa, e onde você menos esperar eu vou estar" (Eu Vou Estar - Capital Inicial).

7- O que pensa a respeito do amor? "é só o amor que conhece o que é verdade" (Monte Castelo / Legião Urbana) ou "Abre a janela agora, deixa que o sol te veja. É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu" (conversas de botas batidas / Los Hermanos)

8- Como é sua vida? "a minha vida é dura, mas meu teto tem estrelas e no alto um disco voador" (No meio da rua/ Kid Abelha).

9- O que pediria se pudesse ter apenas um desejo? "Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade" (Retrato pra Iáiá/ Los hermanos).

10- Escreva uma frase sábia: "É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê" (além do que se vê/ Los Hermanos)

11- Agora se despeça: "Deixa pra lá, eu vou, adeus." (Santa Chuva/ Los Hermanos)


.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

# 52

:: da minha irmã brava


e ela liga e não é atendida.
e manda mensagem e não é respondida na hora.
e manda mails.

me chama de desnaturado, e diz que não a amo mais.
boba demais, ô gente.

tenho culpa se minha irmã só liga pro número errado?
tenho culpa se minha irmã manda mensagem quando eu tou ocupado na hora?
tenho culpa se minha irmã não vê que eu sou ela e ela sou eu, e que dizer que não a amo mais quer dizer que eu não amo a mim mesmo??

tsc tsc... e o que mais tenho feito ultimamente é me amar. logo, a amo também.

já cansei de repetir pra ela: "tenho o que ficou e tenho sorte até demais" porque fiquei com o que de melhor havia.

e sabe, que a cada dia, a cada acontecimento eu acabo por acreditar mais nisso?

sabe quando a gente vai à feira e vê aquele tanto de maçãs bonitas e acaba levando um monte delas só porque elas pareciam estar boas, e com isso a gente enche um cesto inteiro? Pois é. Há muito tempo atrás enchi meu cesto de maçãs que pareciam boas, todas tinham seu brilho particular, mas com o tempo, algumas maçãs foram deixando de brilhar, de fazerem vista, de serem palatáveis e apodreceram. umas apodreceram por si mesmas, outras apodreceram porque estiveram em contato com as que já estavam podres, e uma a uma as maçãs foram se mostrando feias, indigestas, e assim, o cesto foi ficando vazio daquelas que estavam podres.

Porém, nem todas perderam seu brilho, nem todas apodreceram, porque eram mais fortes, tinham seu brilho próprio, independente das outras.

e hoje, olho pro cesto e vejo que um monte daquelas maçãs podres se foram (algumas tarde) mas ainda permanecem as mais fortes daquelas, as verdadeiras e que tem brilho próprio. Você é uma delas, a mais brilhante, e acho que não perde seu brilho mas é nunca!

Claro que o cesto torna-se a encher de maçãs novas, melhores que as antigas, mas o seu espaço ninguém ocupa. é seu e pronto.

No fim das contas, eu fiquei com as melhores das maçãs e crescemos juntos.
Por isso eu digo, amo-te sem tamanho.

Então Thaís, lembra disso sempre tá.
ciumentinha da grow.
=]

# 51

:: bons sopros


e do nada o vento muda a sua direção. e o que era ruína e escuro torna-se iluminado e novo.
e as novas sensações acabam por atacar o sorriso antes cortado, reavivado-o e tornando-o mais forte e brilhante.

as tempestades que antes o perseguiam agora parecem estar mais distantes, quase, quase que não dá pra enxerga-las lá ao longe.

e o cheiro de verde e de chocolate com crocante se faz presente.

os olhos puxados demonstram uma alegria nova e assim, meio correndo pra pegar o metrô, são distribuídos sorrisos por aí.

e assim as coisas seguem.

terça-feira, 10 de julho de 2007

# 50

:: das 50 coisas aleatóriass


1. shampoo
2. belle and sebastian
3. lápis de cor
4. ratatouille
5. cimento fresco
6. cd virgem
7. edredon azul
8. suco de melancia
9. fone de ouvido
10. viagem pra roça
11. madrugada
12. thunder chumbinho
13. amelie poulin
14. escova de dentes
15. ponto de exclamação
16. inglês
17. celular
18. almofada
19. dido
20. apagador
21. rosa
22. tosse
24. dança
25. coruja
26. vinho
27. tapete
28. xarope
29. msn
30. all star
31. telhado
32. laranja
33. tatuagem
34. samambaia
35. melão
36. travesseiro amarelo
37. formiga cabeçuda
38. thaís
39. japonês
40. casa verde
41. mar
42. cheiro de árvore
43. salão
44. sonhos
45. sms
46. brilho eterno de uma mente sem lembranças
47. silêncio
48. passarinho
49. liberdade
50. eu

# 49

:: dos poucos


"pra que eu me divirta às vezes basta um sorriso
às vezes uma palavra é tudo o que eu preciso"


é.. pra uma noite ser boa, às vezes não precisa de mais nada que uma boa conversa e mãos dadas escondidinhas.

thanks for the moments.
=]

segunda-feira, 9 de julho de 2007

# 48

:: das valsas














todo mundo devia ter uma valsa na vida.
dessas de fazer dançar com a vassoura na falta de alguém.
e que ia ser do mesmo tanto de feliz.

todo mundo tinha que ter uma valsa na vida.
e fazer que nem a amelie, sendo contente com coisas pequenas.
e que fazem um momento grande.

é.. todo mundo devia ter uma valsa na vida.
daquelas de esperar por duas horas alguém sem reclamar.
porque a valsa pára o tempo.

todo mundo devia ter uma valsa na vida.
e sentar num café e esperar, esperar, qualquer coisa.
e a coisa pode ser alguém
e esse alguém pode ser que seja eu.

dois pra lá.
dois pra cá.

.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

# 47

:: dos lugares comuns


Eu não estou em lugares comuns.

E isso é certo, assim como o vento não tem cor, mas pode colorir o mundo com as folhas que carrega.

Talvez no bater de asas de uma abelha eu possa estar escondido, tentando fugir de carona naquelas costas amarelas e pretas.
Mas não consigo ir muito longe.

Assim como estátuas de areia, me paraliso em beira-mar logo me desfaço com a força das ondas.
Isso tudo pra logo vir uma criança e me dar a forma que quer que eu tenha de novo.

Eu não estou em lugares comuns.

Posso estar no pó que cai da estrela azul, recém nascida no universo e pronta pra brilhar.Caio em Terra e ninguém percebe, só procuram a luz.

Definitivamente, eu não estou em lugares comuns.

Me procure embaixo da folha mais seca do outono, de onde posso flutuar no ar em sua queda, mesmo por alguns instantes, mas sentindo a sensação mais perfeita que poderia ter.

A lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

# 46


:: do escuro


E de todos os caminhos pelos quais ela podia seguir escolheu aquele que mais pedras brilhantes tinha no chão. Não pedras de obstáculo, mas pedras brilhantes, que refletiam (pensava ela) a luz que o sol emanava. Ela tinha muito medo do escuro.

E deu seu primeiro passo e sentia que quanto mais andava, mais coisas deixava pra trás.

E foi perdendo lembranças. Não se lembrava mais do primeiro sorriso que viu, nem do primeiro passo de bebê, nem do seu primeiro medo do escuro.

Não percebia que as pedras não refletiam a luz do sol, mas sim a luz das lembranças daqueles que escolhiam seguir por aquele caminho.

Se olhasse pra trás poderia ver aquele abraço apertado que quase lhe tirou o ar, mas foi o melhor abraço que já recebera. Podia se ver ainda sentada na calçada soprando bolhinhas de sabão com um canudinho azul.

Mas ela não olhou pra trás. Seguiu em frente e do outro lado já não sabia o que era o sol. E nem que tinha medo do escuro.

sábado, 30 de junho de 2007

# 45

:: da LN e suas palavras


e sim, eu tenho uma amiga que já é poesia.
que faz meus dias se encherem de borboletas e estrelas quando aparece de manhã com uma mensagenzinha no meu orkut ou mail, ou nas nossas conversas em que os dois viajam mais longe que podemos em nossos pensamentos.

Hoje a LN deixou no meu orkut um poeminha que eu vou postar abaixo.. só pra ter idéia de como é bom.

Ln:
olha que bunitim de se lê

"Se avexe não
Amanhã pode acontecer tudo inclusive nada
Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia em que cria asas
Se avexe não
Que a burrinha da felicidade nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela pára na porta da tua casa
Se avexe não
Toda caminhada começa no primeiro passo
A natureza não tem pressa segue seu compasso
Inexoravelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa seja lavadeira
Pra ir mais alto vai ter que suar"

(Retirado de A NATUREZA DAS COISAS - IRAH CALDEIRA)

se avexe não


quarta-feira, 27 de junho de 2007

# 44

:: de números e de memórias.

esse é o post de número 44.
e eu gosto desse número.. me lembra bingo..
aquele bingo que eu jogava na casa da Dona Conceição lá pelas voltas dos meus tantos 9 ou 10 anos... e adorava quando saía 44.

eu torcia..

eu torcia tanto pra ele sair, só pra ouvir a Sandra cantar: "quaraquáquá"

e eu ria e marcava na minha cartela.

sim, porque todas as minhas cartelas tinham que ter 44, era como meu número da sorte... que sorte que nada.. eu queria mesmo era ouvir o "quaráquáquá".

terça-feira, 26 de junho de 2007

# 43

:: vovó


e a vida é um eterno vai-vém. vem chuva e sol depois.
vovó sempre diz que quando cigarra canta demais e as formigas cabeçudas arrumam uma passeata pode saber que vem tempestade.

vovó sabe das coisas.

me cura de dor de garganta com mel e própolis e seus chás de todas as plantas que ela conhece, cada um serve pra uma coisa diferente. e banho de sal grosso com alcool é pra descansar o corpo, diz ela.

vovó sabe mesmo de muita coisa.

reza por mim e pelos outros netos e filhos todos os dias às 4 da manhã. com seu terço de pedras pretas (presente meu) em suas mãos, liga o rádio e acompanha atenta à reza do terço. todos os dias.

depois volta a dormir e acorda às 8 pra tomar seus remédios, que ela detesta, e seu café com adoçante.

vovó sempre soube de muitas coisas.

diz ela que quando a mão coça, a gente tem que coçar e jogar a coceira dentro da camisa porque é sinal que dinheiro vem aí. e diz que quando o pé que coça é porque viagem está por vir.

e vovó briga quando apareço com cara de sono na casa dela: ah menino, toma vergonha nessa cara branca sua. e com um riso me dá a sua benção.

vovó sabe viver.

domingo, 24 de junho de 2007

# 42

:: das coisas e do passado


e ele não era do tipo que se desapegava das coisas.
e cada vez mais bugigangas tinha. e na caixa de sapatos vermelha já não cabia todas as coisinhas que ele tinha, lotavam uma gaveta inicialmente e depois passaram a se espalhar por todo o quarto.

e eram bilhetes de colégio, faculdade, provas da 5ª série, lápis de cor, surpresas de kinder ovo, gnomos, pop cards, canetas velhas, clips, borrachas, poemas, cds, filmes, livros, papéis e mais papéis, papéis de presente, enfim... coisas que ele juntava desde sempre.

e já eram tantas as coisas que acabou se perdendo no meio delas, se tornando passado, preso às coisas antigas.

era do tipo que não se desapegava das coisas.

seus amores eram vencidos. dos que já passaram. e as lembranças não o deixavam perceber o presente que acontecia, e só vivia de musicas e lembranças de beijos que passaram.

só que esses não cabiam em uma caixa de sapato... sequer em gavetas e quartos. eram lembranças sem tamanho certo, que deviam ter passado, como o nome sugere.

mas não. ele era do tipo que não se desapegava das coisas.

e assim vivia, sua vida de museu.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

# 41

:: da bela e suas letras

e a moça me vem e diz: me dá um poema?

e como eu explico que o próprio poema é ela? que não tenho como reescrever algo que se move?
e eu não sei mesmo fazer isso, então me arrisco em umas palavras.


e lá vem ela caminhando rua afora
seus passos têm uma segurança grande
que é exigida pra combinar com sua altura
e quem vê acredita ser uma mulher invulnerável

tolos tolos, quem só se deixa vê-la ao longe
não sabe que perde uma beleza gigante
maior até que ela mesma
a beleza que se prende naquela alma de cabelos louros
e que enxerga o mundo por vistas verdes

e não se espante. é bela que só ela.
por vezes Odete, na maioria patrícia.
é humana, com suas peculiaridades de gente
e sonhos de moça

é gente que ri com as bobagens dos amigos
é menina que chora com o filme pra criança
é mãe que se entristece com a partida de seu filho
é tia que se derrete com o sorriso da menininha
é mulher que busca ser feliz e amar

mas sobretudo, tem alma bela.
e beleza d'alma não se vê em cada esquina
podem dizê-la de dondoca, patrícia,
mas não sabem de nada.

tolos os que não se aproximam por medo de sua estampa forte
nunca saberão da fragilidade que guarda aquela armadura
e do tamanho do coração que lá se esconde
tolos digo, porque tolo já fui.
mas perdi minha tolice no dia que me deixei conquistar

é bela, é odete, é amiga, é patrícia.

terça-feira, 19 de junho de 2007

# 40

:: do cabelo de lado


e ele resolve: não vou cortar o cabelo!
toma em sua mão esquerda o pente, coisa que há muito tempo não usava porque estava acostumado a muito a usar o cabelo curto, ou então só a passar a mão pra abaixar, e com aquele objeto quase esquecido começa a mexer em seus cabelos.

penteia pra um lado e pro outro, e se impressiona de como passou tanto tempo sem fazer isso.
deixa o cabelo penteado pro lado esquerdo na frente, e pro direito lá no outro canto, o resto penteia pra trás. e lá, na frente do espelho, sorri, se lembrando que usava esse penteado a mais de dez anos atrás, na época de primeiro grau de colégio.

olha pra si, e hoje tem barba. não é mais aquele menino baixinho e esquisito que na hora do recreio ia pra quadra se assentar sozinho e olhar as nuvens formando desenhos.

hoje, já grande, não se lembrava da última vez que assitiu às nuvens a desenhar, e já não era tão baixinho mais. Resolve que hora ou outra vai tornar a fazer isso.

raspa toda a barba e deixa o cabelo de lado. sai pra rua cantando baixinho, e com vontade de ao invés dos sapatos duros nos pés, estive com seu ki-chute, aquele antigo, tamanho 33/34 que hj não caberia mais nos pés dez números maiores.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

# 39

:: disquejóquei


e lá ia ele com seu porta cds carregando uns 45 deles. nunca tinha aprendido a mexer em máquinas de djs, mas era tão metido a besta que se ofereceu pra tocar pra um monte de gente.

e assim foi.

no meio de um tanto de folhas e papéis com as listas de músicas dos seus cds, numa organização típica de si, se perdia, mas não deixava o som parar.

e sua alegria maior era olhar pra frente e ver gente sentada batendo o pé no chão e balançando a cabeça ao som de suas maluquices... e ele mistura Abba, com Nirvana, música espanhola com francesa, belle and sebastian e camille, e por aí ia.

e ninguém se divertia mais que ele.

e o menino que naquela noite se fingia de DJ abria um sorriso a cada expressão de "não acredito que tá tocando essa música" que ele percebia no rosto de seus ouvintes.

e a música ia madrugada a dentro...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

# 38

:: da alma e dos espirros


um vez eu ouvi dizer que a cada vez que a gente espirra um pedaço da nossa alma é jogado pra fora do corpo.

na mesma hora pensei: "puxa vida, então uma hora a alma acaba..." mas será?

não sei se a gente pode entender que o corpo é uma embalagem pra alma, que ela fica toda guardada e é exatamente do tamanho da gente. ou se é uma coisa que se expande quando é colocada pra fora, e que do lado de dentro ela fica dobradinha, bem esprimida, e que na verdade
ela é tão grande, mas tão grande que a gente pode pegar todas as gripes do mundo e espirrar o quanto quiser que sempre vai ter um pedacinho de alma lá dentro.

sei lá, eu prefiro acreditar na teoria de que ela é infinita, até porque se não for, podem me chamar de desalmado, porque nessa semana eu espirrei pro resto da minha vida.

ah, são três da manhã. deixa eu parar de falar bobagem e tomar meu antigripal.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

# 37

:: eu que ando ou o mundo que gira?


quando parado, o mundo roda.

não, não é tonteira, nem alucinação... é observação.

dessas de quando a gente tá parado olhando pro asfalto quente e vê as ondas de calor subindo pro céu... aquelas ondas quase invisíveis.

o mundo roda e eu tento girar ao contrário dele... sei lá porquê.
Talvez por ter visto em algum lugar que se girarmos com muita velocidade pro lado contrário do relógio a gente pode fazer o tempo voltar...

é... parece loucura.. mas é só uma forma de quase simplicidade.

às vezes eu tento procurar um pouco de ingenuidade em mim.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

# 36

:: seis de doze

junho chegou na meia noite fria.
aí se pensa: Pôxa, mês 6 de 12. meio do ano...
que susto.

o tempo passa mais rápido aos vinte e cinco. é a conclusão que eu cheguei.