segunda-feira, 27 de junho de 2011

# 255

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dos planos infalíveis


dos personagens de Maurício de Souza, sempre me identifiquei com o Cebolinha.
aquele moleque dos 5 fios espetados, persistente e que sempre tinha um plano infalível na manga.
e o plano infalível, falhava.
mas não desistia do coelhinho.

pois bem, desde sempre eu fui de fazer planos infalíveis, que, por muitas vezes falharam e muito.
mas nunca fui de desistir.

recentemente eu armei um plano infalível. 
separei todos os preparativos, armei todas as armadilhas, e tinha quase certo que ia dominar o mundo dessa vez.
criei expectativas e já tinha pensado o que fazer dali por diante.

porém, assim como o Cebolinha, vi meus planos irem por água abaixo.
tava tudo certo pra acontecer, mas eu acabei não achando o coelhinho.
e como se dá nó nas orelhas do Sansão se ele não aparece?

mas acho mesmo que o meu ponto de identificação maior com o garoto dos cinco fios de cabelo é com a persistência.
sim, porque mesmo levando coelhadas e coelhadas, ele não desiste fácil.

da próxima vez esse coelhinho não me escapa.
os preparativos do plano estão aqui, e não contém gluten.

terça-feira, 21 de junho de 2011

# 254

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quando ele sentiu o vento no rosto naquela manhã de junho, por volta das 8:32 da manhã, sentiu aquele frio do qual sempre fugia.
nunca foi um cara de gostar de frio. 
na verdade, sua birra era da chuva, porque os pés molhados o deixavam irritado.
a antipatia com o frio era só porque aquela sensação de precisar de abrigo, encontrado em jaquetas, luvas, paletós e essas roupas de inverno, o tiravam de seu canto cômodo, o obrigando a ter um movimento na vida, até mesmo o de abrir o armário e buscar o moleton com menos cheiro de guardado.

pois bem, na hora do vento frio, correu com as mãos pra dentro dos bolsos, porque não era de usar luvas.
e ali, saiu soltando fumaça pela boca, tentando encontrar uma forma de se divertir mesmo sofrendo com o frio.

é que ele era assim, do tipo de procurar soluções pros pequenos problemas, ou achar lado bom até naquilo que não parecia ter coisa boa.
e passo ante passo, enquanto se distraía com as fumaças que saiam de sua boca, caminhava, enfrentando o frio, indo por aquele caminho que não sabia onde daria.
mas tudo bem, aquela estrada lhe parecia boa, e iria caminhando até onde desse.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

# 253

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|| perto dos 30


aí eu me pego conversando com um semi desconhecido, de 32, que me pergunta minha idade.
- 29, respondo.

ele sorri com uma cara de quem acha graça, e passa a me contar como foi complicado pra ele atravessar a barreira dos 30, mas que agora se sente aliviado e leve, mais livre e pronto que nunca.

daí passei a me analisar, e pensar como tá sendo essa proximidade dos 30 pra mim.
não tou sofrendo. na verdade, eu tou é louco que chegue logo o 18 de novembro.
sim, porque eu não acho que seja ruim nem difícil fazer 30 anos.
ainda mais na situação em que me encontro: tenho minha profissão, moro só, sei cozinhar, tenho amigos incríveis, sou absolutamente bem resolvido com o que quero pra vida, e pra todas as outras questões, tenho minha terapeuta fantástica. 

enfim, eu me acho numa posição bem tranquila, sou satisfeito com quem me tornei, baseado ao longo desses tantos 29 anos de vida.
aprendi que nem sempre os melhores amigos são infalíveis, aprendi que nem todo grande amor é eterno, e que nem todo amor é bom, e que a gente pode sim se reinventar e ficar bem sozinho também.
e mais, que não precisa se estar sorrindo o tempo todo pra todo mundo, e nem aprovar todas as atitudes dos amigos, e que vai ter gente que te gosta sorrindo ou ranzinza.
e que a gente pode ouvir o que quiser, e cantar na rua. 

estar perto dos 30 tá sendo fácil, sem crises, pelo contrário, me sinto mais sério, mais homem, mais adulto.
e mais leve também. sorrindo de verdade quando sinto vontade, e isso não diminui meu brilho, não a quem não quer que diminua.

dizem que aos 29 Saturno faz seu retorno em nosso mapa astral, trazendo revoluções e tudo o mais. 
realmente, muitas revoluções têm acontecido nos meus 29, mudanças realmente importantes e drásticas.
me sinto mais seguro de mim, mais pronto pra cortar o que tem que ser cortado, pra dizer não aos abusos e pessoas abusivas e interesseiras, a fazer que o mais importante seja sempre o meu bem estar antes de qualquer outra coisa.
e isso não é egoísmo, é a prática de amor próprio, que é o mais importante dos amores.

enfim, estou perto dos 30, e quando olho pra trás, enxergo com tanto orgulho todos os eus que fui, todas as coisas que fiz, meus erros e acertos, que hoje são a minha base.
não tenho vergonha de dizer minha idade, e espero ansiosamente que novembro chegue.

29 sim, quase 30, com leveza, calma e tranquilidade.
e que me gostem assim, que ano que vem tem os 31.

=]