sexta-feira, 6 de julho de 2007

# 46


:: do escuro


E de todos os caminhos pelos quais ela podia seguir escolheu aquele que mais pedras brilhantes tinha no chão. Não pedras de obstáculo, mas pedras brilhantes, que refletiam (pensava ela) a luz que o sol emanava. Ela tinha muito medo do escuro.

E deu seu primeiro passo e sentia que quanto mais andava, mais coisas deixava pra trás.

E foi perdendo lembranças. Não se lembrava mais do primeiro sorriso que viu, nem do primeiro passo de bebê, nem do seu primeiro medo do escuro.

Não percebia que as pedras não refletiam a luz do sol, mas sim a luz das lembranças daqueles que escolhiam seguir por aquele caminho.

Se olhasse pra trás poderia ver aquele abraço apertado que quase lhe tirou o ar, mas foi o melhor abraço que já recebera. Podia se ver ainda sentada na calçada soprando bolhinhas de sabão com um canudinho azul.

Mas ela não olhou pra trás. Seguiu em frente e do outro lado já não sabia o que era o sol. E nem que tinha medo do escuro.

3 comentários:

Thaís disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thaís disse...

Nossa!!!... quase que eu acho que é de minha humilde pessoa que você tá falando... rs... Mas essa que aqui vos fala ainda olha, e muito, pra trás e pros lados também! E não tenho medo do escuro, apesar de fechar os olhos quando a luz acaba, porque morro de medo de ver vultos nessa hora... Rs... Num tinha visto mesmo, desculpa, tá? Suuuuper beijo e até amanhã às 15:00 horas lá na Momo do Floresta! Avisarei Cristina!

Thaís disse...

O outro comentário era meu, viu? Falando a mesma coisa. Só que eu tinha cometido um erro de português muito dos grosseiros e não aguentei expor os demais visitantes do seu blog a isso, tá? Amo você muitão! Mais beijos e até amanhã!