::
e ele corria, corria o mais rápido que podia.
não olhava pra trás, com medo do que passou. só ia pra frente procurando um lugar pra chegar, mas que não fazia a mínima idéia de onde seria.
já não via mais motivo pra ficar parado, e vez ou outra diminuía o passo pra dar um daqueles respiros bem fundos, porque o pulmão reclamava, e tornava a apertar o passo.
- deixa o moço correr, escutava às vezes, quando alguém o questionava, mas não se virava pra ver quem havia dito.
e assim corria e corria. por quanto tempo? não se sabe. se já parou? duvido.
ele é vento. e vento não pára.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
# 194
::
da chuva mais bonita que eu vi
"... num dia triste de chuva ..." (C. E.)
era tarde de sábado, um sábado qualquer em casa, de temperatura amena, nem frio nem calor.
a inquietude que me governa normalmente neste sábado estava impossível, coloquei uma roupa mais ou menos e entrei num ônibus...
vento, nuvens e enfim, chuva.
pessoas correndo e parando sob as marquises do centro de BH.
e eu, em plena Av. Afonso Pena, adorando aquela chuva, corria de braços abertos, como se a pudesse abraçar enquanto atravessava a faixa de pedestres.
e foi ali mesmo, na avenida principal da cidade, debaixo de uma marquise com mais um monte de gente, que eu vi a chuva mais bonita de toda a minha vida.
o vento fazia com que as gotas dessem verdadeiras piruetas, que eram desenhadas no ar. e a chuva era branca e fina, mas forte, o que, em contraste com aqueles prédios altos que tanto gosto, formavam a imagem que eu mais gostei de ver.
fiquei ali, quase meia hora parado olhando, me esqueci de tudo, do ônibus que tinha que pegar, da vida... fiquei só vendo a chuva mais bonita.
ganhei meu dia.
da chuva mais bonita que eu vi
"... num dia triste de chuva ..." (C. E.)
era tarde de sábado, um sábado qualquer em casa, de temperatura amena, nem frio nem calor.
a inquietude que me governa normalmente neste sábado estava impossível, coloquei uma roupa mais ou menos e entrei num ônibus...
vento, nuvens e enfim, chuva.
pessoas correndo e parando sob as marquises do centro de BH.
e eu, em plena Av. Afonso Pena, adorando aquela chuva, corria de braços abertos, como se a pudesse abraçar enquanto atravessava a faixa de pedestres.
e foi ali mesmo, na avenida principal da cidade, debaixo de uma marquise com mais um monte de gente, que eu vi a chuva mais bonita de toda a minha vida.
o vento fazia com que as gotas dessem verdadeiras piruetas, que eram desenhadas no ar. e a chuva era branca e fina, mas forte, o que, em contraste com aqueles prédios altos que tanto gosto, formavam a imagem que eu mais gostei de ver.
fiquei ali, quase meia hora parado olhando, me esqueci de tudo, do ônibus que tinha que pegar, da vida... fiquei só vendo a chuva mais bonita.
ganhei meu dia.
# 193
::
do que eu tenho e do que eu posso ter
eu tenho crises de anemia.
posso ter feijão e beterraba na comida, mas não gosto.
eu tenho medo de calango.
posso jogar pedra no que anda no muro, mas tenho dó.
eu tenho o defeito de guardar rancor.
posso colocar pedras em cima das desavenças apesar disso.
eu tenho um espírito pacifista.
posso bem virar um demônio contra quem quer guerrear comigo.
eu tenho quem me quer por perto.
posso me contentar com essas pessoas ou querer ter mais amigos.
eu tenho quem me quer longe.
posso sobreviver.
enfim.. ter e poder ter... eis a questão.
do que eu tenho e do que eu posso ter
eu tenho crises de anemia.
posso ter feijão e beterraba na comida, mas não gosto.
eu tenho medo de calango.
posso jogar pedra no que anda no muro, mas tenho dó.
eu tenho o defeito de guardar rancor.
posso colocar pedras em cima das desavenças apesar disso.
eu tenho um espírito pacifista.
posso bem virar um demônio contra quem quer guerrear comigo.
eu tenho quem me quer por perto.
posso me contentar com essas pessoas ou querer ter mais amigos.
eu tenho quem me quer longe.
posso sobreviver.
enfim.. ter e poder ter... eis a questão.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
# 192
::
das fotos de cabeça
é fato que as melhores imagens acontecem quando a gente não está com a câmera fotográfica né...
só ontem perdi um monte delas, perdi no sentido de poder passar pro papel, mas guardei.
a mais interessante (e mais bonita) foi a de um rapaz punk, cheio de tatuagens, cabelo grande, roupa rasgada, piercings e correntes, e cabelo grande de braço dado com uma senhorinha velhinha com cara de vó a ajudando a andar pelas ruas do centro de BH.
o contraste das figuras foi muito bonito.
virou foto de cabeça, porque só na minha cabeça que eu tenho essa imagem.
das fotos de cabeça
é fato que as melhores imagens acontecem quando a gente não está com a câmera fotográfica né...
só ontem perdi um monte delas, perdi no sentido de poder passar pro papel, mas guardei.
a mais interessante (e mais bonita) foi a de um rapaz punk, cheio de tatuagens, cabelo grande, roupa rasgada, piercings e correntes, e cabelo grande de braço dado com uma senhorinha velhinha com cara de vó a ajudando a andar pelas ruas do centro de BH.
o contraste das figuras foi muito bonito.
virou foto de cabeça, porque só na minha cabeça que eu tenho essa imagem.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
# 191
::
desceu as escadas, e mesmo lá de cima, já o tinha avistado.
e numa dessas coincidências, ou não, que acontecem na vida, o tempo todo, acabou percebendo que era ali que ia dançar também. era a mesma roda de amigos.
dançava, dançavam, dançava de novo, e com isso o interesse ia aumentando, só que como faria pra deixar isso claro? não sabia.
nunca sabia.
o cansaço chegou, e nessas de se sentarem pro descanso, as conversas fluíram, mas fluíram tanto e tanto, que uma determinada hora, faltaram as palavras.
e nessas horas é que se perde, não sabe o que fazer, se levanta e sai, como sempre, porque nunca foi desses que se atracam assim, como se a coisa fosse fácil.
o ar de "puxa vida, eu nunca sei fazer essas coisas" veio ao seu rosto, e lá estava de novo na pista, dançando só.
mais tarde, num repente qualquer, ganha a companhia de novo, e mais danças, e mais risadas, e mais sorrisos, e mais diversões.
quando de repente, sente aqueles olhos da conversa o encarando, e num repente maior ainda, os dois se aproximam, se sorriem e o beijo finalmente se faz. daqueles grandes.
desceu as escadas, e mesmo lá de cima, já o tinha avistado.
e numa dessas coincidências, ou não, que acontecem na vida, o tempo todo, acabou percebendo que era ali que ia dançar também. era a mesma roda de amigos.
dançava, dançavam, dançava de novo, e com isso o interesse ia aumentando, só que como faria pra deixar isso claro? não sabia.
nunca sabia.
o cansaço chegou, e nessas de se sentarem pro descanso, as conversas fluíram, mas fluíram tanto e tanto, que uma determinada hora, faltaram as palavras.
e nessas horas é que se perde, não sabe o que fazer, se levanta e sai, como sempre, porque nunca foi desses que se atracam assim, como se a coisa fosse fácil.
o ar de "puxa vida, eu nunca sei fazer essas coisas" veio ao seu rosto, e lá estava de novo na pista, dançando só.
mais tarde, num repente qualquer, ganha a companhia de novo, e mais danças, e mais risadas, e mais sorrisos, e mais diversões.
quando de repente, sente aqueles olhos da conversa o encarando, e num repente maior ainda, os dois se aproximam, se sorriem e o beijo finalmente se faz. daqueles grandes.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
# 190
::
e lá estava ele no meio da pista. e olhava, e dançava, e olhava, sorria, e dançava.
hora ou outra recebia um sorriso de volta, e cantavam juntos.
o moço lá de cima, com os fones no ouvido, e o moço lá embaixo, dançando o que ouvia.
ele parecia envergonhado de cantar as músicas, então só sorria, fechava os olhos às vezes, e dançava.. e como dançava.
enquanto o da cabine, ah.. esse até coreografias inventava na hora.
certa hora passaram a ter uma conversa, que não findava.
daquelas que tinha que tampar a orelha do ouvinte com as mãos, por conta da altura do som.
e ainda que tendo que repetir às vezes as frases, a conversa ia e ia e ia, no meio de risos e coreografias atrapalhadas...
e lá estava ele no meio da pista. e olhava, e dançava, e olhava, sorria, e dançava.
hora ou outra recebia um sorriso de volta, e cantavam juntos.
o moço lá de cima, com os fones no ouvido, e o moço lá embaixo, dançando o que ouvia.
ele parecia envergonhado de cantar as músicas, então só sorria, fechava os olhos às vezes, e dançava.. e como dançava.
enquanto o da cabine, ah.. esse até coreografias inventava na hora.
certa hora passaram a ter uma conversa, que não findava.
daquelas que tinha que tampar a orelha do ouvinte com as mãos, por conta da altura do som.
e ainda que tendo que repetir às vezes as frases, a conversa ia e ia e ia, no meio de risos e coreografias atrapalhadas...
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
# 189
::
"todo mundo tem um pouco de poeira na vida"
frase que li no jornal na sexta e que tem tanto a ver comigo.
meu deus.. como é isso né.. eu nunca jogo nada fora. fato. é só vc entrar no meu quarto pra ver. é uma tralheira de dá dó.
coisas que eu sempre acho que um dia podem me ser úteis, por mais mofadas e amarelas que estejam.
aí eu vejo que minhas poeiras existem não só nas bugigangas danadas, mas no coração tb.
e nem sei se sopro.
"todo mundo tem um pouco de poeira na vida"
frase que li no jornal na sexta e que tem tanto a ver comigo.
meu deus.. como é isso né.. eu nunca jogo nada fora. fato. é só vc entrar no meu quarto pra ver. é uma tralheira de dá dó.
coisas que eu sempre acho que um dia podem me ser úteis, por mais mofadas e amarelas que estejam.
aí eu vejo que minhas poeiras existem não só nas bugigangas danadas, mas no coração tb.
e nem sei se sopro.
# 188
::
das viagens e dos milkshakes
daí eu me lembro de uma frase de música que gosto tanto...
"ulisses devorador de milkshake ..."
(fernanda porto - eletricidade)
é assim.. de vez em quando me basta um detalhe pra viajar mares afora sem sair do lugar...
pensar em milhões de coisas em um segundo...
ir atrás de velocinos de ouro com gosto de pequi...
no fim das contas não passo de um sonhador que nem precisa dormir pra imaginar mundos.
uma alegria pode ter gosto de ovomaltine com leite.. tudo batido.
o Ulisses da música e da história é um cara que acredita num sonho e parte em busca dele sem se preocupar com formas.. o que são formas afinal, ora bolas? ele só quer o sonho e sonho é bom. tem gosto de milkshake.
é quase um sonho infantil mas com a ousadia do mais corajoso dos homens.
ah, dá cá meu milkshake e me deixa fechar os olhos .
das viagens e dos milkshakes
daí eu me lembro de uma frase de música que gosto tanto...
"ulisses devorador de milkshake ..."
(fernanda porto - eletricidade)
é assim.. de vez em quando me basta um detalhe pra viajar mares afora sem sair do lugar...
pensar em milhões de coisas em um segundo...
ir atrás de velocinos de ouro com gosto de pequi...
no fim das contas não passo de um sonhador que nem precisa dormir pra imaginar mundos.
uma alegria pode ter gosto de ovomaltine com leite.. tudo batido.
o Ulisses da música e da história é um cara que acredita num sonho e parte em busca dele sem se preocupar com formas.. o que são formas afinal, ora bolas? ele só quer o sonho e sonho é bom. tem gosto de milkshake.
é quase um sonho infantil mas com a ousadia do mais corajoso dos homens.
ah, dá cá meu milkshake e me deixa fechar os olhos .
domingo, 31 de janeiro de 2010
# 187
::
de repente, ele abriu os olhos.
mas não abriu os olhos assim, como o fazia toda manhã.
abriu os olhos da vida, e passou a enxergar as felicidades e as tristezas, as belezas e feiuras, e viu o que lhe servia e o que não mais.
pegou duas sacolas amarelas, e as carregou de roupas, papéis, sapatos, e bugigangas, tudo aquilo que não lhe servia mais.
e como isso é duro pra ele, que não se desapega, não se desprende...
mas com custo, com força, e com pesar, deu destino outro que não o seu praquilo tudo.
e se deparou com o que sobrou, que não era pouco, mas que era parte.
e agora, e agora que ele enxerga?
como vê isso? como vê essas coisas deixadas?
e as coisas que se foram? como elas são agora, vistas com os olhos que vêem o mundo?
nesse momento, ele pôs seus óculos.
de repente, ele abriu os olhos.
mas não abriu os olhos assim, como o fazia toda manhã.
abriu os olhos da vida, e passou a enxergar as felicidades e as tristezas, as belezas e feiuras, e viu o que lhe servia e o que não mais.
pegou duas sacolas amarelas, e as carregou de roupas, papéis, sapatos, e bugigangas, tudo aquilo que não lhe servia mais.
e como isso é duro pra ele, que não se desapega, não se desprende...
mas com custo, com força, e com pesar, deu destino outro que não o seu praquilo tudo.
e se deparou com o que sobrou, que não era pouco, mas que era parte.
e agora, e agora que ele enxerga?
como vê isso? como vê essas coisas deixadas?
e as coisas que se foram? como elas são agora, vistas com os olhos que vêem o mundo?
nesse momento, ele pôs seus óculos.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
# 186
de três tempos.
e lá, sentado, naquela entrevista de emprego, pediram pro rapaz escrever uma redação falando de sua vida.
e uma sensação de estranhamento lhe ocorreu: há tanto tempo não lhe pediam pra escrever uma redação, e agora? três folhas de papel em branco, sem pauta à sua frente, e um lápis. um lápis!
ele não gostava de lápis, nunca gostou. sempre preferira a lapiseira, talvez por conta de sua falta de coordenação motora, ou do seu destrambelhamento, que sempre acabavam por quebrar a ponta do lápis, mas ali, ele não tinha opção. teve que escrever com lápis mesmo.
e se lembrou de um tempo que escrevia sempre de lapiseira, naqueles seus cadernos de cor, que usava pra desabafos das coisas que sentia, e sempre fazia questão de escrever de lapiseira, que era pra poder apagar, caso errasse, o que queria dizer, na verdade, é que era possível recomeçar.
e pôs-se a escrever sobre a primeira folha branca.
mas o quê? por onde começaria? havia tanto por dizer, mas tanto por não dizer também... quem aquela estranha se achava ser para que pedisse a ele assim, de sopetão, que se desnudasse numa folha folha de papel.
enfim, escreveu em três folhas. três tempos de si. a infância, os sonhos, e a vida real.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
# 185
::
recorte de conversa do gtalk
me: olha minha historia triste e corajosa.
recorte de conversa do gtalk
me: olha minha historia triste e corajosa.
quando criança, lá pelos 6 anos de idade, eu adorava ver o sitio do pica pau amarelo .
daí, em tudo, a minha mãe usava de chantagem emocional pra me fazer medo e eu ficar obediente. e ela passou a fazer isso com a Cuca, aquela jacaroa bruxa de cabelo loiro, que era feia no sítio antigo.
só que eu ainda era corajoso, então não abria mão de ver o sítio, apesar de que toda vez que a Cuca aparecia eu quase enfartava. e mamãe se aproveitava disso, e toda vez que via um calango me mostrava e dizia "olha os filhos da cuca, jefinho". daí meu medo de calango.
tá. um dia resolvi ser corajoso. fui ver o sítio com a vassoura embaixo do sofá. e do alto da minha coragem dos 6 anos de idade, quando a cuca apareceu eu dei com a vassoura na tv, que estourou, e saí gritando: mãe, eu matei a Cuca! mãe, eu matei a Cuca...
resultado: levei uma surra monstra, mas ganhamos uma tv colorida e mamãe nunca mais usou personagens de tv pra me fazer medo. mas ainda tenho medo de calango!
Bruno: UAHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUAHUAHAUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUAHUA
aHAZOOOO!!!
UAHAUHAUHAU
me: hehehee
ter seis anos é bom!
Bruno: mONGOL!
me: =]
# 184
::
uma vez o léo me disse que minha vida devia ser menos clichê.
e eu ri. ri muito, mas ele bem tem razão.
observando todas as coisas que me acontecem, claro que acolhendo as devidas proporções dos meus exageros naturais, é tudo muito clichê mesmo.
na maioria das vezes eu tenho certeza do modo como as coisas vão terminar, sobre o que vai acontecer e etc, sempre contando com aquela pequena esperança de que, "pelo menos dessa vez", eu possa estar errado.
não, eu sempre acerto.
é que tem um pouco de videntismo, premonição, nisso tudo, talvez trazido pelo pessimismo oculto que tem aqui, que nasce do tanto de frustração passada.
mas, conscientemente, não, eu não deixo esse pessimismo me guiar não, vou vivendo o que me aparece.
e aí que vêm os clichês.
e aí que tem o léo pra aguentar as histórias, e dividir os risos que geram, porque nisso tudo a gente acaba brincando que minha vida é que nem um show de Trumman, com milhares de câmeras escondidas ao meu redor, e um monte de desafios plantados pra me testar, justamente pra poder ter esse tipo de história pra contar.
é... de clichê vive o mundo.
uns acham terrível.
eu só rio, e me preparo pro próximo.
uma vez o léo me disse que minha vida devia ser menos clichê.
e eu ri. ri muito, mas ele bem tem razão.
observando todas as coisas que me acontecem, claro que acolhendo as devidas proporções dos meus exageros naturais, é tudo muito clichê mesmo.
na maioria das vezes eu tenho certeza do modo como as coisas vão terminar, sobre o que vai acontecer e etc, sempre contando com aquela pequena esperança de que, "pelo menos dessa vez", eu possa estar errado.
não, eu sempre acerto.
é que tem um pouco de videntismo, premonição, nisso tudo, talvez trazido pelo pessimismo oculto que tem aqui, que nasce do tanto de frustração passada.
mas, conscientemente, não, eu não deixo esse pessimismo me guiar não, vou vivendo o que me aparece.
e aí que vêm os clichês.
e aí que tem o léo pra aguentar as histórias, e dividir os risos que geram, porque nisso tudo a gente acaba brincando que minha vida é que nem um show de Trumman, com milhares de câmeras escondidas ao meu redor, e um monte de desafios plantados pra me testar, justamente pra poder ter esse tipo de história pra contar.
é... de clichê vive o mundo.
uns acham terrível.
eu só rio, e me preparo pro próximo.
# 183
::
e ele achava que as coisas deviam ser mais simples.
as pessoas mais legíveis.
o clima mais estável.
e ele também gostava de pontos finais nas coisas que deveriam tê-los, apesar de sua eterna paixão pelas reticências.
o que acontece é que a simplicidade está em baixa. as pessoas têm achado legal, na moda, serem complexas, não serem claras, nem transparecer o que sentem ou pensam.
ok, um misteriozinho sempre vem bem a calhar, mas noutros casos, é patético, e por vezes, até mesmo cruel.
no fim das contas, ele acha que o mundo tá cheio é de gente covarde, com medo, e é medo de tudo. medo de se entregar, medo de compartilhar, medo de se dividir, medo de sofrer. e ele também é um cadinho medroso nisso tudo.
mas a diferença é que ele não espera o medo, ele vive o que tá ali, se apresentando, e tenta não sofrer com antecedência pras coisas.
já faz muito tempo que deixou de fazer castelos, de fazer planos, se tornou, de certa forma, imediatista, não pela pressa, não pedindo urgência, mas se focando no presente, no hoje, sem se preocupar se no fim de semana que vem vai ter cachoeira.
pode acabar chovendo.
e ele achava que as coisas deviam ser mais simples.
as pessoas mais legíveis.
o clima mais estável.
e ele também gostava de pontos finais nas coisas que deveriam tê-los, apesar de sua eterna paixão pelas reticências.
o que acontece é que a simplicidade está em baixa. as pessoas têm achado legal, na moda, serem complexas, não serem claras, nem transparecer o que sentem ou pensam.
ok, um misteriozinho sempre vem bem a calhar, mas noutros casos, é patético, e por vezes, até mesmo cruel.
no fim das contas, ele acha que o mundo tá cheio é de gente covarde, com medo, e é medo de tudo. medo de se entregar, medo de compartilhar, medo de se dividir, medo de sofrer. e ele também é um cadinho medroso nisso tudo.
mas a diferença é que ele não espera o medo, ele vive o que tá ali, se apresentando, e tenta não sofrer com antecedência pras coisas.
já faz muito tempo que deixou de fazer castelos, de fazer planos, se tornou, de certa forma, imediatista, não pela pressa, não pedindo urgência, mas se focando no presente, no hoje, sem se preocupar se no fim de semana que vem vai ter cachoeira.
pode acabar chovendo.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
# 182
:: Wicked Witch of the West
e eu me divirto!
poucas séries conseguiram me deixar tão feliz, em tão pouco tempo, que nem Glee tem conseguido.
e, tá bem, eu não sou o maior fã de séries do mundo, mas vez ou outra uma me ganha de fã, e tenho tido surpresas tão boas em Glee, tantas coisas bacanas, tantas identificações que eu não posso deixar mais de ver.
e é engraçado a conexão dos meus momentos com a série, é meio que um show de truman particular.
ano passado ouvi, pela primeira vez, falarem de Wicked, um musical da Broadway, que mostra a história do mágico de Oz pela ótica de Elphaba, a Maléfica Bruxa do Oeste, e achei aquilo tão legal, que quis saber mais sobre o musical.
ligado a isso, o Carlos me conta que assistiu o espetáculo lá em Londres, e que ficou encantado, o que me fez querer mais e mais saber do assunto.
pois bem, descobri que o musical foi inspirado em um livro, que aqui no Brasil ganhou o estúpido nome de Maligna. com muito custo, consegui encontrar o livro pra comprar, e fiquei ainda mais encantado com a história.
nesse meio tempo, um episódio de Ugly Betty usa Wicked como fundo pras trapalhadas da feia, e ainda há a citação do espetáculo em um dos episódios de brothers and sisters.
E agora, em Glee, depois da participação da Kristin Chenoweth, atriz que eu conheci em Pushing Daisies, e logo descobri que fez a Glinda, a Bruxa Boa do Norte na montagem original de Wicked, me aparece no episódio 9, os personagens disputando pela interpretação de "Defying Gravity", uma das músicas principais do espetáculo.
enfim, tou num momento de enfeitiçamento pela vida, de suas coisas boas, engraçadas e até mesmo de suas coisas tragicômicas que costumam me atingir, e, pelo que tenho visto, a câmera do meu show de Truman particular estão bem ligadas nas coisas que eu tenho gostado, que só assim se explicam todas as referências que me aparecem.
então vou aí, seguindo desafiando a gravidade, e ver onde vou parar, cantando pela rua.
=]
e eu me divirto!
poucas séries conseguiram me deixar tão feliz, em tão pouco tempo, que nem Glee tem conseguido.
e, tá bem, eu não sou o maior fã de séries do mundo, mas vez ou outra uma me ganha de fã, e tenho tido surpresas tão boas em Glee, tantas coisas bacanas, tantas identificações que eu não posso deixar mais de ver.
e é engraçado a conexão dos meus momentos com a série, é meio que um show de truman particular.
ano passado ouvi, pela primeira vez, falarem de Wicked, um musical da Broadway, que mostra a história do mágico de Oz pela ótica de Elphaba, a Maléfica Bruxa do Oeste, e achei aquilo tão legal, que quis saber mais sobre o musical.
ligado a isso, o Carlos me conta que assistiu o espetáculo lá em Londres, e que ficou encantado, o que me fez querer mais e mais saber do assunto.
pois bem, descobri que o musical foi inspirado em um livro, que aqui no Brasil ganhou o estúpido nome de Maligna. com muito custo, consegui encontrar o livro pra comprar, e fiquei ainda mais encantado com a história.
nesse meio tempo, um episódio de Ugly Betty usa Wicked como fundo pras trapalhadas da feia, e ainda há a citação do espetáculo em um dos episódios de brothers and sisters.
E agora, em Glee, depois da participação da Kristin Chenoweth, atriz que eu conheci em Pushing Daisies, e logo descobri que fez a Glinda, a Bruxa Boa do Norte na montagem original de Wicked, me aparece no episódio 9, os personagens disputando pela interpretação de "Defying Gravity", uma das músicas principais do espetáculo.
enfim, tou num momento de enfeitiçamento pela vida, de suas coisas boas, engraçadas e até mesmo de suas coisas tragicômicas que costumam me atingir, e, pelo que tenho visto, a câmera do meu show de Truman particular estão bem ligadas nas coisas que eu tenho gostado, que só assim se explicam todas as referências que me aparecem.
então vou aí, seguindo desafiando a gravidade, e ver onde vou parar, cantando pela rua.
=]
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
# 181
::
mais uma vez o 18 de novembro veio, e me fez contar mais um ano de vida.
e, olhando pra tudo, tudo o que passei, já vivi e aprendi, eu acho que tou no melhor dos momentos desses 28.
claro que ainda falta muita coisa pra conquistar, pra consolidar, pra aprender. sempre vai faltar, por favor, que o que não quero é ser completo, mas eu já me vejo tão feliz com o que já tive.
agora, em especial, me sinto mais maduro, mais forte... e pronto pra enfrentar aquele tanto de tempestade que antes eu temia. tem uma força nova aqui dentro, que só vem de mim mesmo, que tem me dado impulso pra poder acreditar no mundo, e sobretudo, acreditar em mim.
nesses 28 anos aprendi muito, mas aprendi mesmo foi que ainda tem muito o que aprender.
=]
mais uma vez o 18 de novembro veio, e me fez contar mais um ano de vida.
e, olhando pra tudo, tudo o que passei, já vivi e aprendi, eu acho que tou no melhor dos momentos desses 28.
claro que ainda falta muita coisa pra conquistar, pra consolidar, pra aprender. sempre vai faltar, por favor, que o que não quero é ser completo, mas eu já me vejo tão feliz com o que já tive.
agora, em especial, me sinto mais maduro, mais forte... e pronto pra enfrentar aquele tanto de tempestade que antes eu temia. tem uma força nova aqui dentro, que só vem de mim mesmo, que tem me dado impulso pra poder acreditar no mundo, e sobretudo, acreditar em mim.
nesses 28 anos aprendi muito, mas aprendi mesmo foi que ainda tem muito o que aprender.
=]
sábado, 14 de novembro de 2009
# 180
::
não senhora, eu estou bem bem.
sim, à toa, nada de especial, nenhuma grande paixão, nenhum ganho na loteria, eu só tou bem.
uai, qual é o problema disso? eu tenho que ter motivo? eu tenho que saber explicar o meu estar bem?
não não, não usei nada ilícito, nem álcool tomei. só tou bem.
sério, serinho, não se preocupe eu não pirei não, é simplesmente isso.
nossa, é difícil ficar bem hoje em dia. todo mundo quer motivos, explicações.
não se pode simplesmente acordar e dizer: eu tou ótimo.
não senhora, eu estou bem bem.
sim, à toa, nada de especial, nenhuma grande paixão, nenhum ganho na loteria, eu só tou bem.
uai, qual é o problema disso? eu tenho que ter motivo? eu tenho que saber explicar o meu estar bem?
não não, não usei nada ilícito, nem álcool tomei. só tou bem.
sério, serinho, não se preocupe eu não pirei não, é simplesmente isso.
nossa, é difícil ficar bem hoje em dia. todo mundo quer motivos, explicações.
não se pode simplesmente acordar e dizer: eu tou ótimo.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
# 179
::
- pronto, Vó, tudo resolvido! ganhei!
- então escolhe o terno, que eu vou comprar e te dar.
- não Vó, não quero um terno, não precisa.
- e o que eu vou te dar então, meu filho?
- ô Vó, não precisa me dar nada.
- não aceito.
- então tá, Vó, eu quero uma coisa sim.
- o que você quer?
- eu quero que a senhora fique forte.
nesse momento, aquela senhorinha de 81 anos, sentiu seus olhos lacrimejarem de uma emoção que não sentia a muito tempo. e se emocionou de tal maneira que a única coisa que conseguiu falar depois disso no telefone foi: "Deus te abençoe, meu neto. beijo" e desligou.
- pronto, Vó, tudo resolvido! ganhei!
- então escolhe o terno, que eu vou comprar e te dar.
- não Vó, não quero um terno, não precisa.
- e o que eu vou te dar então, meu filho?
- ô Vó, não precisa me dar nada.
- não aceito.
- então tá, Vó, eu quero uma coisa sim.
- o que você quer?
- eu quero que a senhora fique forte.
nesse momento, aquela senhorinha de 81 anos, sentiu seus olhos lacrimejarem de uma emoção que não sentia a muito tempo. e se emocionou de tal maneira que a única coisa que conseguiu falar depois disso no telefone foi: "Deus te abençoe, meu neto. beijo" e desligou.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
# 178
::
e há o monstro do incompreendimento.
sim, aquele que assombra as relações humanas de qualquer espécie.
pouca gente entende que não pode impor as suas verdades aos outros, e tampouco podem exigir que o outro lhe dê de volta exatamente aquilo que fornecesse.
não há como ter sucesso nesse tipo de intento, porque cada um é de um jeito.
cada pessoa consegue entregar determinadas partes de si assim, de graça, sem nada em troca, mas nunca entregando todo o seu ouro às mãos do outro.
tem sempre algo que não é dizível, que é particular.
outras não entendem isso.
tem quem pense que pelo fato de entregar todo o seu baú à outra pessoa, aquela, por obrigação, tem o dever de se entregar também.
Isso é errado. isso não existe. todo mundo tem seu segredo, todo mundo tem o que lhe é íntimo, o que é inquestionável e injustificável, por mais bobo que possa parecer.
e quem tem esse tipo de pensamento não prospera.
pessoas não são vacas, que se apertando as tetas fornecem leite, mesmo contra sua vontade.
verdades não são exigíveis.
intimidade não é exigível.
e o fato de ter algo que é íntimo, que é seu, não significa desamor, desconfiança, desgosto pelo terceiro.
não significa sequer ingratidão.
é só humanidade.
e há o monstro do incompreendimento.
sim, aquele que assombra as relações humanas de qualquer espécie.
pouca gente entende que não pode impor as suas verdades aos outros, e tampouco podem exigir que o outro lhe dê de volta exatamente aquilo que fornecesse.
não há como ter sucesso nesse tipo de intento, porque cada um é de um jeito.
cada pessoa consegue entregar determinadas partes de si assim, de graça, sem nada em troca, mas nunca entregando todo o seu ouro às mãos do outro.
tem sempre algo que não é dizível, que é particular.
outras não entendem isso.
tem quem pense que pelo fato de entregar todo o seu baú à outra pessoa, aquela, por obrigação, tem o dever de se entregar também.
Isso é errado. isso não existe. todo mundo tem seu segredo, todo mundo tem o que lhe é íntimo, o que é inquestionável e injustificável, por mais bobo que possa parecer.
e quem tem esse tipo de pensamento não prospera.
pessoas não são vacas, que se apertando as tetas fornecem leite, mesmo contra sua vontade.
verdades não são exigíveis.
intimidade não é exigível.
e o fato de ter algo que é íntimo, que é seu, não significa desamor, desconfiança, desgosto pelo terceiro.
não significa sequer ingratidão.
é só humanidade.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
# 177
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às vezes as pessoas gostam de complicar as coisas, enxergando subtextos, entrelinhas em tudo... eu não sou assim, na verdade eu sou tão desligado que não sou muito bom em identificar indiretas... e como sou daqueles que pensam que as pessoas são boas, pra mim todo mundo é legal até me mostrar o contrário. E às vezes me sinto um perfeito idiota por pensar assim. Como um amigo disse uma vez: "De alguma forma, ser bom e compreensivo pode muitas vezes ser muito pior do que ser um filho da puta." Assino embaixo!
sou mestre em exageros, mas não consigo lidar com tempestades em copos d'água. a maioria esmagadora das coisas que eu digo se prendem às próprias palavras ditas, sem significados ocultos, sem planos infalíveis e maquiavélicos por trás delas.
eu sou daqueles que pensam que às vezes pepino é só pepino.
"...a simple kind of life..."
às vezes as pessoas gostam de complicar as coisas, enxergando subtextos, entrelinhas em tudo... eu não sou assim, na verdade eu sou tão desligado que não sou muito bom em identificar indiretas... e como sou daqueles que pensam que as pessoas são boas, pra mim todo mundo é legal até me mostrar o contrário. E às vezes me sinto um perfeito idiota por pensar assim. Como um amigo disse uma vez: "De alguma forma, ser bom e compreensivo pode muitas vezes ser muito pior do que ser um filho da puta." Assino embaixo!
sou mestre em exageros, mas não consigo lidar com tempestades em copos d'água. a maioria esmagadora das coisas que eu digo se prendem às próprias palavras ditas, sem significados ocultos, sem planos infalíveis e maquiavélicos por trás delas.
eu sou daqueles que pensam que às vezes pepino é só pepino.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
# 176
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e no subterrâneo é tudo tão escuro, e eu tenho tanto medo de tudo...
e ali me vejo, estancado, parado, travado.
como faz pra alcançar aquela lanterna azul de pilha que deixei lá atrás? e seria ela suficiente pra conter essa escuridão toda?
mas eu não me vejo escuro, mesmo com o medo do tudo, eu me vejo em claridade, em luz.
eu tenho essa esperança grande que me acende, que me joga pro dia seguinte, como se ela fosse varrer o mundo deixando tudo luminoso.
mas será que é isso mesmo que quero?
será que não preciso desse medo, desse subterrâneo?
no fim das contas, eu não me enxergo no fundo, eu me vejo do alto, na beira do poço, e sorrio, enquanto disfarço minha mão com monstro de pano, e assusto aquele menino medroso que se mostra outro eu.
e no subterrâneo é tudo tão escuro, e eu tenho tanto medo de tudo...
e ali me vejo, estancado, parado, travado.
como faz pra alcançar aquela lanterna azul de pilha que deixei lá atrás? e seria ela suficiente pra conter essa escuridão toda?
mas eu não me vejo escuro, mesmo com o medo do tudo, eu me vejo em claridade, em luz.
eu tenho essa esperança grande que me acende, que me joga pro dia seguinte, como se ela fosse varrer o mundo deixando tudo luminoso.
mas será que é isso mesmo que quero?
será que não preciso desse medo, desse subterrâneo?
no fim das contas, eu não me enxergo no fundo, eu me vejo do alto, na beira do poço, e sorrio, enquanto disfarço minha mão com monstro de pano, e assusto aquele menino medroso que se mostra outro eu.
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