domingo, 31 de janeiro de 2010

# 187

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de repente, ele abriu os olhos.
mas não abriu os olhos assim, como o fazia toda manhã.
abriu os olhos da vida, e passou a enxergar as felicidades e as tristezas, as belezas e feiuras, e viu o que lhe servia e o que não mais.
pegou duas sacolas amarelas, e as carregou de roupas, papéis, sapatos, e bugigangas, tudo aquilo que não lhe servia mais.
e como isso é duro pra ele, que não se desapega, não se desprende...
mas com custo, com força, e com pesar, deu destino outro que não o seu praquilo tudo.
e se deparou com o que sobrou, que não era pouco, mas que era parte.
e agora, e agora que ele enxerga?
como vê isso? como vê essas coisas deixadas?
e as coisas que se foram? como elas são agora, vistas com os olhos que vêem o mundo?
nesse momento, ele pôs seus óculos.

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