quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
# 92
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
# 91
domingo, 23 de dezembro de 2007
# 90
Fala!
diz isso cantando.
canta.
fala logo o que é pra ser dito.
fala!
canta isso num indie ou em mpb.
canta.
diz logo se é pra seguir em frente.
dança.
essas palavras que misturam som e silêncio.
ouça.
aquilo que eu não digo, só rio.
sorria.
mostra os dentes pra mim.
:)
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
# 89
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
# 88
:: das memórias e a casa vazia
ontem foi dia de mudança.
sim. casa nova. dessa vez nova mesmo, com direito a eco na sala de tão vazia que estava.
e dias de mudança são sempre desafiadores.
nos colocam de frente com coisas que a gente nem se lembrava que existiam. e outras que a gente se esforçava pra fingir que não existiam mais.
pois bem, e lá no meio daquele tanto de caixas e sacolas e roupas e móveis e cds, encontro um monte de papéis e fotos antigas.
e eu já nem me lembrava do meu caderno verde, e nem do vermelho, nem daquelas poucas fotos de viagem que mandei imprimir a uns anos atrás.
e de repente, lá estava eu, parado por horas, no meio da bagunça toda, relendo trechos da minha própria vida como se estivesse lendo um livro de qualquer autor.
e as memórias puxavam as outras e me vi em meio a viagens no tempo, lembrando de coisas boas e ruins.
e no meio da bagunça os bilhetinhos de faculdade, as risadas anotadas no papel. enfim, era um mundo todo ali, um mundo que já foi meu.
de repente me lembro que eu tinha que continuar juntando as coisas.
e deixei os papéis pra trás.
comprei um caderno novo, um bloquinho e uma caneta.
as histórias vividas ficam lá guardadas no quarto antigo.
e as histórias que virão e que estão acontecendo hoje, vão encher a casa nova, que ainda é casa vazia, mas que logo vai ter muito o que contar.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
# 87
oncotô?
proncovô?
vo de trem?
ou de metrô?
pópôpó
no cafezim?
pôe, uai, sô...
mas só um tiquim.
# 86
e no meio daquele tempo, quando as tempestades deixavam o céu cinza por vários dias, um raio ou outro de sol começava a cortar aquelas nuvens pesadonas.
e assim, os dias foram se amansando, voltando à serenidade de outrora.
e as coisas se acertam.
e aquele doído que a vida tava causando, novamente se acanha, se encolhe no cantinho, deixando de se fazer doer.
e a vida se torna leve outra vez.
e o sol volta a iluminar o dia.
e esquentar as tardes desse tempo doido que a gente vê no mundo.
e a chuva que tava forte, volta a se tornar chuvisco, às vezes sereno.
e serena a vida segue.
de céu aberto.
tudo se acalma.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
# 85
domingo, 2 de dezembro de 2007
# 84
e lá estava ele outra vez naquela pista de dança.
de olhos fechados dançava sem nem perceber o tanto de gente à sua volta. e sentia tanto a música que levantava os braços à altura das orelhas e os sacudia rapidinho pra cima e pra baixo, enquanto abaixava a cabeça no meio deles e a balançava pra lá e pra cá, enquanto mexia o corpo inteiro levantando as pernas como se em passos rápidos sem sair do lugar. estava sentindo a música.
enquanto isso, o moço na frente dele, ao ver essa cena, sorria com gosto porque finalmente via alguém dançando de verdade, e implicava o menino de xadrez tentando imitá-lo.
e o menino de xadrez, sentidor da música olhava pro moço sorrindo, ria envergonhado, prometendo que nunca mais dançaria daquele jeito. pra minutos depois voltar a sentir a música e balançar seus braços no ar.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
# 83
# 82
e o que é o amargo de uma tristeza, quando colocado frente à frente com o sorriso mais bonito?
e quede o sorriso mais bonito? ah, esse tá ali em cada espelho, pode ir tirar a prova, eu garanto.
e tem uns que nem precisam mostrar os dentes... aquela meia lua formada com a boca já basta, mas ó: tem que ser aquela que faz os olhos se fecharem.
e o importante da vida é saber cuidar do que se tem. Com risos.
e deixa o amargo virar doce.. ou se não der, no mínimo, agridoce..
=)
terça-feira, 27 de novembro de 2007
# 81
não não.
o medo é freio. e a vida tem que correr em descida, morro sem fim, e com umas pedras soltas pelo caminho que é pra dar uma agitada de vez em quando.
quem tem medo, não consegue nem chegar na beirada do morro.
quanto menos, descer a ladeira correndo. e de olho fechado.
:)
domingo, 25 de novembro de 2007
# 80
e lá estava ela, com aqueles cabelos grandes que tomam conta do mundo.
entrava no palco descalça, e com cara de tímida. uma timidez que até dava pra entender porque ela tinha mesmo o peso de alguém que escreve coisas lindas, e as canta de forma linda.
aí a moça de vermelho começa a cantar e o moço de cinza, sentado sozinho numa das filas do teatro, entrava em seu mundo, que já julgava conhecer, e se hipnotiza ao perceber que não sabia de nada.
a moça de vermelho o encantava, o feria, o ameaçava, o acafunézava, o beijava, o acarinhava e o estapeava, sem dó, e sem perceber que o fazia.
e o moço de cinza, em meio a risos e lágrimas e choques e balanços de pernas e mãos, como se tocasse um pandeiro no ar, se perdia nas palavras cantadas, e eram como se ela as cantasse só pra ele.
é.. o moço de cinza por vezes se viu de vermelho, confundido com aquela que cantava.
e o show terminou, e a sensação perdurou.
e o moço agradece desde então à moça de vermelho por tê-lo dado esses momentos de humanidade.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
# 79
nesse mesmo dia do ano passado, em meio a uma fase turbulenta da minha vida, pegava o radinho, o cd com essa música, me sentava num tapete verde no meio da sala e colocava pra tocar.
de certa forma eu sabia que ela me dizia que eu podia ter momentos melhores.
eis me aqui.
"Ninguém vai me dizer o que sentir
Meu coração está desperto
É sereno nosso amor e santo este lugar
Dos tempos de tristeza tive o tanto que era bom
Eu tive o teu veneno
E o sopro leve do luar
Porque foi calma a tempestade
E tua lembrança, a estrela a me guiar
Da alfazema fiz um bordado
Vem, meu amor, é hora de acordar
Tenho anis
Tenho hortelã
Tenho um cesto de flores
Eu tenho um jardim e uma canção
Vivo feliz, tenho amor
Eu tenho um desejo e um coração
Tenho coragem e sei quem eu sou
Eu tenho um segredo e uma oração
Vê que a minha força é quase santa
Como foi santo o meu penar
Pecado é provocar desejo
E depois renunciar
Estive cansado
Meu orgulho me deixou cansado
Meu egoísmo me deixou cansado
Minha vaidade me deixou cansado
Não falo pelos outros
Só falo por mim
Ninguém vai me dizer o que sentir
Tenho jasmim tenho hortelã
Eu tenho um anjo, eu tenho uma irmã
Com a saudade teci uma prece
E preparei erva-cidreira no café da manhã
Ninguém vai me dizer o que sentir
E eu vou cantar uma canção p'rá mim"
.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
domingo, 11 de novembro de 2007
# 77
e na primeira manhã ele deu uma cambalhota e enxergou o mundo de cabeça pra baixo.
e naquele momento de giro olhou o que deixou pra trás e algumas coisas lhe doeram.
outras lhe aliviaram. e ainda, algumas lhe criaram vontade de dar a volta no tempo.
e aquele giro demorou pra ele muito mais praqueles que observavam aquela cambalhota repentina, o mundo gira gira gira.
e pra ele, tudo de cabeça pra baixo.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
# 76
"
Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues
"
é.. tenho só mais 10 dias pra cantar essa música na época certa.
meus 25 anos estão passando.
.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
# 75
e o mundo girava enquanto ele se deitava no chão de mármore e fechava os olhos.
e na sua cabeça passavam tantas idéias que se fosse as contar ao mundo, não ia ter tempo o suficiente pra isso naquele instante.
daí só forçava os olhos e vez ou outra riscava um sorriso na boca.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
# 74
pra dor de braço depois da academia: dorflex
pra dor no dente: dipirona
pro sono passar: red bull
pra ter gás na vida: fanta mundo
pra andar por aí: bamba azul
pra ir pro trabalho: camisa social verde
pra não dormir no ônibus: alvorada FM
pra desestressar da vida: terças-feiras
pra ver o mar: viagem
pra levar as coisas: mochila
pra não esquecer os compromissos: agenda
pra lembrar que o mundo é bão: e-mails
pra jogar conversa fora: celular
pra distrair o calor: sorvete de côco com crocante
pra escrever bobagens: blog
pra viajar na maionese: ululâncias
.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
# 73
e lá estava o menino com aquela cara que vez por outra fazia.
isso porque de vem quando aparecia alguém pra lhe explicar claramente o que tinha dentro dele, detalhando seus sentimentos, seus pensamentos e até mesmo suas vontades, como se aquela outra pessoa soubesse exatamente do que falava.
e aí ele fazia essa cara, um misto de preguiça, ira e até mesmo pena.
é.. pena, porque quem em são juízo se atreveria a virar pra outra pessoa e achar que sabe o que passa dentro dela? ou é alguém muito inocente ou alguém muito presunçoso.
enfim, lá estava ele com aquela cara outra vez. e um tanto de susto no ar, porque pensava que isso não aconteceria mais.. será que as pessoas se esquecem do quanto ele não era típico? do quanto as coisas em sua vida fugiam do normal e esperado pra qualquer um? ou apenas faziam que não sabiam desses detalhes e tentavam, ainda assim, tecer-lhe uma bula, explicando exatamente do que ele era composto?
é uma pergunta difícil de se achar uma resposta, porque o menino era vento. e vento não pára quieto por nada e nem por ninguém. o vento corre, sopra por aí e nunca, nunca é o mesmo em momento nenhum.
então.. não perca tempo, não queira ler o vento, não queria um manual de instruções.
o vento se inventa e reiventa o tempo todo, e é aquilo que se vê, e é aquilo que não se vê, e é, e não é.
e o menino continua a fazer aquela cara.
aquela.
.