terça-feira, 6 de novembro de 2007

# 73

:: vento não tem bula


e lá estava o menino com aquela cara que vez por outra fazia.
isso porque de vem quando aparecia alguém pra lhe explicar claramente o que tinha dentro dele, detalhando seus sentimentos, seus pensamentos e até mesmo suas vontades, como se aquela outra pessoa soubesse exatamente do que falava.

e aí ele fazia essa cara, um misto de preguiça, ira e até mesmo pena.
é.. pena, porque quem em são juízo se atreveria a virar pra outra pessoa e achar que sabe o que passa dentro dela? ou é alguém muito inocente ou alguém muito presunçoso.

enfim, lá estava ele com aquela cara outra vez. e um tanto de susto no ar, porque pensava que isso não aconteceria mais.. será que as pessoas se esquecem do quanto ele não era típico? do quanto as coisas em sua vida fugiam do normal e esperado pra qualquer um? ou apenas faziam que não sabiam desses detalhes e tentavam, ainda assim, tecer-lhe uma bula, explicando exatamente do que ele era composto?

é uma pergunta difícil de se achar uma resposta, porque o menino era vento. e vento não pára quieto por nada e nem por ninguém. o vento corre, sopra por aí e nunca, nunca é o mesmo em momento nenhum.

então.. não perca tempo, não queira ler o vento, não queria um manual de instruções.
o vento se inventa e reiventa o tempo todo, e é aquilo que se vê, e é aquilo que não se vê, e é, e não é.

e o menino continua a fazer aquela cara.
aquela.

.

2 comentários:

Thaís disse...

Aff! Bondade dele te explicar com tanta determinação exatamente o que você pensa, como sente e como é, né? Aposto que você nem sabia que pensava assim! Rs... Digo e repito: AFF! Desiste não, amore, um dia esse povo aprende! Ontem foi lindo! Te amo muito!!! Beijão!!!

Thaís disse...

Rs... Esse finalzinho do meu comentário aqui de cima ficou estranho... Rs... Ficou parecendo que eu dei pra você ontem, num ficou? Rs... Teve nada disso não, viu, gente? Só rolou um beijinho mesmo... e nem língua teve...