segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

# 85

:: das esperas e dos castelos
 
 
à espera do que não sabe o quê exatamente.
é assim que o menino se sentia naquele momento. sentado na sua cadeira, esperando e esperando.
sua cabeça a mil por hora. há algumas semanas já não sabia o que pensar, o que fazer e nem o que esperar. estava cheio feito um balão, com um monte de expectativas que tinham menos de 20% de chance de se concretizarem, isso sendo otimista. 
 
e se esforçava um monte pra não botar fé naquilo tudo, mas era adepto da Poliana, e assim seu otimismo exagerado o fazia construir castelos altíssimos, com torres e tudo o mais, e já se imaginava lá dentro, morando, reinando, amando.. e nem se lembrava mais que aquilo tudo era de areia. perdido em suas expectativas, doído pela ansiedade, e ferido pelo silêncio alheio, ele continuava na sua tentativa de buscar quaisquer sinais que fossem, que pudessem dar dicas do que ele devia esperar.
 
se confundia todo nessas buscas, e por vezes embaralhava o que via, não conseguindo formar qualquer imagem que fosse.
 
por fim, ainda à espera, mas repleto de cansaço, senta-se naquela pedra meio quadrada na beirada da calçada, e fica lá, parado, sem movimento, cantarolando Norah Jones baixinho.
 
"... I'm just sitting here waiting for you to come on home and turn me on..."
 
e ele espera.
 

Um comentário:

Thaís disse...

"Cansei de pocurar
Agora espero
Se viver é esperar
Por favor, me arruma um banquinho?"

Uma vez esse versinho me trouxe uma Cristina doida de batom vermelho, mas foi uma coisa muito boa na minha vida! Senta no banquinho e espera, amore mio, porque quem acredita, sempre alcança, viu? Suuuuper beijo e até amanhã!