quarta-feira, 7 de novembro de 2007

# 74

:: pra tudo, alguma coisa


pra dor de braço depois da academia: dorflex
pra dor no dente: dipirona
pro sono passar: red bull
pra ter gás na vida: fanta mundo
pra andar por aí: bamba azul
pra ir pro trabalho: camisa social verde
pra não dormir no ônibus: alvorada FM
pra desestressar da vida: terças-feiras
pra ver o mar: viagem
pra levar as coisas: mochila
pra não esquecer os compromissos: agenda
pra lembrar que o mundo é bão: e-mails
pra jogar conversa fora: celular
pra distrair o calor: sorvete de côco com crocante
pra escrever bobagens: blog
pra viajar na maionese: ululâncias

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terça-feira, 6 de novembro de 2007

# 73

:: vento não tem bula


e lá estava o menino com aquela cara que vez por outra fazia.
isso porque de vem quando aparecia alguém pra lhe explicar claramente o que tinha dentro dele, detalhando seus sentimentos, seus pensamentos e até mesmo suas vontades, como se aquela outra pessoa soubesse exatamente do que falava.

e aí ele fazia essa cara, um misto de preguiça, ira e até mesmo pena.
é.. pena, porque quem em são juízo se atreveria a virar pra outra pessoa e achar que sabe o que passa dentro dela? ou é alguém muito inocente ou alguém muito presunçoso.

enfim, lá estava ele com aquela cara outra vez. e um tanto de susto no ar, porque pensava que isso não aconteceria mais.. será que as pessoas se esquecem do quanto ele não era típico? do quanto as coisas em sua vida fugiam do normal e esperado pra qualquer um? ou apenas faziam que não sabiam desses detalhes e tentavam, ainda assim, tecer-lhe uma bula, explicando exatamente do que ele era composto?

é uma pergunta difícil de se achar uma resposta, porque o menino era vento. e vento não pára quieto por nada e nem por ninguém. o vento corre, sopra por aí e nunca, nunca é o mesmo em momento nenhum.

então.. não perca tempo, não queira ler o vento, não queria um manual de instruções.
o vento se inventa e reiventa o tempo todo, e é aquilo que se vê, e é aquilo que não se vê, e é, e não é.

e o menino continua a fazer aquela cara.
aquela.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

domingo, 21 de outubro de 2007

# 71

::


"todo mundo tem um pouco de poeira na vida"

frase que li no jornal na sexta e que tem tanto a ver comigo.
meu deus.. como é isso né.. eu nunca jogo nada fora. fato. é só vc entrar no meu quarto pra ver. é uma tralheira de dá dó.
coisas que eu sempre acho que um dia podem me ser úteis, por mais mofadas e amarelas que estejam.

aí eu vejo que minhas poeiras existem não só nas bugigangas danadas, mas no coração tb.
e nem sei se sopro.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

# 70

:: Cê tenta?



70 ver um motivo pra que eu possa não rir.
é porque quando 60 naquele canto onde bate raiozinho de sol de manhã, fica com cara de bobo.

70 não me dizer o que eu devo fazer.
e aí eu vejo se posso arranjar 1/2 de a gente se divertir sem ter que pensar muito. usando o acaso de desculpa pra enxergar 100 culpa de nada.

70 não rir quando eu fizer cara de bravo.
porque eu ainda tento me fazer de sério de vez em quando. de barba ou 100 barba.
que é pra me dar a tal da solenidade.

e por fim 70 não tentar entender tudo o que eu digo ou faço.
porque às vezes um pingo d'água é só um pingo d'água.


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# 69

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então tá né.

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

# 68

:: do quê?


me faltam as palavras pra falar daquele momento.
sei lá.. sei não mesmo.
como que argumento o que não entendo? como que descrevo o que os olhos não conseguiram decifrar?
tentar fazer isso é no mínimo prepotência, e não ando lá nesses dias.
só sei todas as frases que eu ousasse dizer a respeito daquilo seriam vagas e incompletas.

é.. é melhor não dizer.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

# 67

::: das complicações e dos botões



"- esse mundo é um lugar complicado." pensa ela, enquanto costura o botão azul escuro na sua blusa celeste.

ela não entende o porquê de as pessoas sentirem medo. medo serve pra quê? qual a utilidade prática disso? e por que a vida dói tanto quando a gente teme o que está por vir? e mais um tanto de questões desse tipo.

antes de pensar em medo, ela pensava em cores. que aquele botão celeste na blusa celeste era muito sem graça. tornava tudo uma coisa só.. muito homogenea.. e isso é exatamente o contrário da vida.. cheia das misturas, das coisas claras e escuras, tudo assim, misturado, e não tem nada divididinho certinho que nem no yin e yang.. que nada.. tudo é tudo ao mesmo tempo, onde tem claro, tem escuro.. e por isso preferiu trocar o botão celeste, por um azul escuro. que é pra mostrar que ali dentro daquela beleza de céu, ainda tem um tiquinho de escuridão. o que também é bom.

e enquanto agulha vai, agulha vem, e o botão vai sendo embrulhado pela linha branca, ela torna a pensar que o mundo é cheio das complicações. e acaba por se esquecer de qualquer pensamento complicado no momento em que a agulha pica seu polegar.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

# 66

eu sou um ser que se apaixona por tudo.

momentos, canções, árvores, pipoca doce, tênis azul, livro de capa de melancia.

enfim, acho que sou daqueles de paixão, que não vive se não tiver nem um cadinho de sentimento pra remoer ou pra deliciar.

é por isso que não consigo ser vazio, por mais que eu tente.
sou um ser que deixa transbordar a paixão que não cabe no meu peito.

é.. doa-se.

# 65

"(...) Estive cansado
Meu orgulho me deixou cansado
Meu egoísmo me deixou cansado
Minha vaidade me deixou cansado
Não falo pelos outros
Só falo por mim
Ninguém vai me dizer o que sentir
e eu vou cantar uma canção pra mim (...)"


e é assim, de canção em canção, de sentimento em sentimento, que a vida segue seu rumo.

a gente se cansa de tudo, dos outros de nós mesmos.
mas numa hora ou noutra, decide que chega de cansaço, chega de temor.
é hora de plantar nossos jardins com as plantas mais cheirosas e viver com leveza e serenidade.

sendo do jeito que a gente quer, pq ninguém entende mais de nós que nós mesmos.





terça-feira, 25 de setembro de 2007

# 64

:: das dores azuis


E ela sabia que gostava da música quando lhe doía a barriga.
Mas não era dor de fazer sofrer não, era uma dor gostosa, porque quem a provocava eram aquelas borboletas azuis (sempre azuis) que moram na barriga da gente e de vez em quando insistem em fazer revoadas.
E desse jeito ela ia. Quando se ouvia uma música e um “ai” baixinho seguido de um sorriso vindo dela, pode saber bem, ela estava adorando o que ouvia.
E vez em quando separava uma bela seqüência de músicas doíveis, só pra sentir suas borboletas a voar dentro de sua barriga. E aí era um ai ai ai ai danado e sorridente, e até a outra mocinha que já aprendia a dançar e a reclamar de ser acordada aprendia que tem dores que são boas.
Desse jeito levava a vida. Cheia de “ais” e asas azuis.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

# 63

:: da música de antes


dois telefones no bolso e muita paciencia pro mundo.
e dessa forma ele vai andando pela rua, com aquela roupa que ainda lhe cai estranha.
com a barba por fazer porque cismou agora que ficou com um ar legal a deixando assim, e o cabelo no meio termo entre o penteado e o arrumado com a mão.

pasta na mão, fone no ouvido, descendo a avenida amazonas a pé, com aqueles sapatos já meio gastos e pedindo um descanso.

de repente uma música que lhe remonta às sensações boas de 2003. e num repente, começa a cantar alto, acompanhando a melodia, mesmo sob os olhares da multidão que por ele passava..

"you and me, were meant to be, walking free in harmony. one fine day we'll fly awat. don't you know that rome wasn't built in a day. hey hey hey "

e uma sensação de explosão invadiu seu peito, de tal forma que teve que parar por um instante pra respirar fundo porque tava tão bom que até o ar lhe faltara.

não se lembrava quanto tempo fazia que não ouvia aquela música, mas o trem tava tão bom, que ele chegava a sentir choques corpo afora. e seguiu descendo a avenida, com a sensação mais gostosa dos últimos tempos.

mesmo de terno, gravata e todo aquele visual sério, a voz do menino era de felicidade, e não se importou de cantar o mais alto que pôde, mesmo sob o olhar da multidão.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

# 62

:: "... doa-se a quem doer..."


aí eu olho pro fundo do ônibus, praquela parede (se é que posso chamar disso) onde ficam coisas artísticas... e lá eu leio: "doa-se a quem doer" e fiquei ali, besta, parado olhando até a freada brusca do motorista que quase me joga no colo da dona que estava sentada lá.

e é assim que acontece mesmo não é... a gente se doa pra outras pessoas o tempo todo. seja num namoro, seja numa amizade, seja em casa... a gente se doa, e às vezes dói e outras, a gente faz doer nos outros... acontece... e eu acho bom.

pode parecer insano, mas eu até gosto de me ferir, nesse sentido, de vez em quando.
explico: a minha tendência é me sentir alheio ao mundo... esquecer que eu vivo em meio a um monte de gente, e que estou sujeito a tudo que qualquer pessoa esteja.

e quando eu me machuco, em vez de chorar, eu rio... a dor me faz lembrar da minha situação de ser humano, passível de erros, eu sinto o ar nos pulmões e respiro o mais fundo que posso que é pra ter essa sensação por mais tempo... eu me emociono e simplesmente vivo.

a dor nesse caso é um chamamento, é uma coisa linda, porque me livra do fardo pesado de exigir de mim atitudes que eu não sou capaz de ter.

então eu gosto que doa em mim de vez em quando, e gosto de que se doem a mim também... eu me dôo ao mundo o tempo todo. aceito doações. provoco algumas dores... mas quem não o faz?

o título é da frase do ônibus.

# 61

:: viva Vinícius de Morais


"
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas prá fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba não
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
"

[samba da benção]

domingo, 26 de agosto de 2007

# 60

:: dos tempos


e o tempo passa... passa... passa...

os anos se tropeçam uns nos outros, a gente cresce de tamanho, a barba se fecha, e até uns fios brancos aparecem no cabelo...
as roupas velhas já não servem mais, chiclete de bola cansa mais que antigamente, mas a despeito disso tudo, ainda tenho um coração de 17 anos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

# 59

:: gravata azul

E o azul toma conta de mim nos últimos tempos.

Veja só.. ontem mesmo fui pro trabalho sem perceber de camisa azul e gravata azul também.

Tá bem, e logo mais tarde escuto no rádio que a cor pros rapazes no dia de ontem era azul.

E me ri.

Com minha gravata azul de quadradinhos.

# 58

:: e eu procuro um lugar na platéia. um que não seja nem no fundo e nem muito na frente.


a gente sempre leva a vida com o objetivo de alcançar as primeiras fileiras, e quando conseguimos chegar lá acabamos percebendo que de tão, mas tão perto que ficou, não enxergamos mais nada.

então é por conta disso que eu quero um lugar bem ali, na 5 ª fileira, na cadeira sete à esquerda e 8 à direita, que é pra eu poder observar bem o que acontece ali na frente, enxergando a vida passar nítida, visível e me deixando tomar partido no que ela me aprontar.

nem pensar que eu quero a primeira das filas... ficar de pescoço pra cima muito tempo dá torcicolo e lá no fundo ficar na ponta dos pés dá caimbra..

ai ai...

palmas.

sábado, 11 de agosto de 2007

# 57

:: se o mundo e mesmo parecido com o que vejo


do alto do morro que tem que descer e com aqueles óculos de lentes azuis que tanto intrigava as pessoas... ele nunca os tirava. nunca mesmo. dizem que só se via a cor de seus olhos verdadeiros, que as pessoas não sabiam se eram castanhos ou pretos, naquele segundo antes de dormir.

quando perguntado o porquê de nunca tirar seus óculos, ele simplesmente sorria um sorriso tão fino, tão pequeno e ao mesmo tempo cheio de significado com o canto esquerdo da boca que não precisava dizer mais nada. e assim vivia, serenamente.

e de volta ao morro, lá estava ele, o menino dos óculos azuis, com sua mochila verde pendurada no seu braço direito, olhando pra baixo e respirando fundo, como num preparo pra descer aquela rua quase em pé.

no meio do morro uma menina lá pros seus 4 anos, pede pra ver os óculos dele. Por um segundo ele hesita, mas a criança fora tão convincente em seu pedido, que ele os tirou e colocou nos olhos dela. e quando abriu os seus e viu o cinza que cobria toda aquela cidade e as pessoas com seus rostos cansados e amargurados, uma grande nuvem de tristeza o tomou.

a menininha, notou, e num instante o puxou pela perna e o devolveu seus óculos com um sorriso que explicava tudo.

nesse momento, ele os colocou e desceu a rua cantando baixinho: “se o mundo é mesmo parecido com o que vejo prefiro acreditar no mundo do meu jeito...”

e lá se foi o moço dos óculos azuis. andando pelo mundo.

# 56

:: da resposta ao desafio


então depois de um tempo eu volto nesse canto e com o que me deparo? com um desafio da Milla Loureiro, essa moça que sabe me matar de saudades... pois bem, eu aceito. O desafio era pra indicar as 7 maravilhas da minha vida, então seguem:

1 - minha Vó Doca, por tudo o que fez e faz por mim;
2 - todos os meus amigos verdadeiros;
3 - a música, por sua capacidade de me acalmar;
4 - o cinema, por me deixar viajar na vida dos outros, mesmo que nao existam;
5 - os sonhos, por me manterem acordado e com vontade de realiza-los;
6 - meus inimigos, que me mostraram que tipo de pessoa não quero ser;
7 - os lugares que não conheci ainda, por atiçarem minha curiosidade todos os dias.

pronto. era pra eu indicar 7 pessoas, mas deixo livre pra quem quiser continuar.

=]

# 55

:: um sopro na poeira


e num pulo ele lembra que tem alguma coisa sendo deixada de lado na vida dele.

se levanta do sofa laranja onde cochilava, e num pulo corre e vem escrever alguma coisa que possa fazer sentido, ou nao.

tempos corridos os ultimos, ainda terminando de fazer as pequenas mudanças. Faltam 3 portas para serem colocadas no guarda-roupas e nao se lembra mais o que é uma cama, mas isso não o incomoda de forma alguma.

e cá está a tirar a poeira desse blog desse jeito meio corrido. mas novas palavras virão.