do alto do morro que tem que descer e com aqueles óculos de lentes azuis que tanto intrigava as pessoas... ele nunca os tirava. nunca mesmo. dizem que só se via a cor de seus olhos verdadeiros, que as pessoas não sabiam se eram castanhos ou pretos, naquele segundo antes de dormir.
quando perguntado o porquê de nunca tirar seus óculos, ele simplesmente sorria um sorriso tão fino, tão pequeno e ao mesmo tempo cheio de significado com o canto esquerdo da boca que não precisava dizer mais nada. e assim vivia, serenamente.
e de volta ao morro, lá estava ele, o menino dos óculos azuis, com sua mochila verde pendurada no seu braço direito, olhando pra baixo e respirando fundo, como num preparo pra descer aquela rua quase em pé.
no meio do morro uma menina lá pros seus 4 anos, pede pra ver os óculos dele. Por um segundo ele hesita, mas a criança fora tão convincente em seu pedido, que ele os tirou e colocou nos olhos dela. e quando abriu os seus e viu o cinza que cobria toda aquela cidade e as pessoas com seus rostos cansados e amargurados, uma grande nuvem de tristeza o tomou.
a menininha, notou, e num instante o puxou pela perna e o devolveu seus óculos com um sorriso que explicava tudo.
nesse momento, ele os colocou e desceu a rua cantando baixinho: “se o mundo é mesmo parecido com o que vejo prefiro acreditar no mundo do meu jeito...”
e lá se foi o moço dos óculos azuis. andando pelo mundo.
2 comentários:
Tô saindo agora pra comprar óculos azuis pra mim! Porque eu já sabia que prefiria acreditar no mundo do meu jeito, já até postei sobre isso no meu blog, mas nunca me passou pela cabeça que, com os óculos azuis, ele pode ficar mais bonito ainda! E eu te amo muito! E mais ainda depois de ler as coisas lndas que você escreve! Beijo do tamanho do céu, bem azulzão, num dia de sol e calor!
Quero óculos azuis... será que consigo um DG azul??
Bjosss, saudadessss
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