terça-feira, 28 de agosto de 2007

# 62

:: "... doa-se a quem doer..."


aí eu olho pro fundo do ônibus, praquela parede (se é que posso chamar disso) onde ficam coisas artísticas... e lá eu leio: "doa-se a quem doer" e fiquei ali, besta, parado olhando até a freada brusca do motorista que quase me joga no colo da dona que estava sentada lá.

e é assim que acontece mesmo não é... a gente se doa pra outras pessoas o tempo todo. seja num namoro, seja numa amizade, seja em casa... a gente se doa, e às vezes dói e outras, a gente faz doer nos outros... acontece... e eu acho bom.

pode parecer insano, mas eu até gosto de me ferir, nesse sentido, de vez em quando.
explico: a minha tendência é me sentir alheio ao mundo... esquecer que eu vivo em meio a um monte de gente, e que estou sujeito a tudo que qualquer pessoa esteja.

e quando eu me machuco, em vez de chorar, eu rio... a dor me faz lembrar da minha situação de ser humano, passível de erros, eu sinto o ar nos pulmões e respiro o mais fundo que posso que é pra ter essa sensação por mais tempo... eu me emociono e simplesmente vivo.

a dor nesse caso é um chamamento, é uma coisa linda, porque me livra do fardo pesado de exigir de mim atitudes que eu não sou capaz de ter.

então eu gosto que doa em mim de vez em quando, e gosto de que se doem a mim também... eu me dôo ao mundo o tempo todo. aceito doações. provoco algumas dores... mas quem não o faz?

o título é da frase do ônibus.

2 comentários:

Thaís disse...

Gostei do texto! Gostei de saber! Mas agora fiquei sem saber o que falar... mas eu te amo, tá? E muito! E também tô com muita saudade! Beijão!

Thaís disse...

Só eu que comento aqui? Nossa, você tá muito pouco prestigiado... Vim aqui só pra te contar que tô no 66 já, viu? E você nunca mais foi lá! :-P Mas te amo mesmo assim! Beijão cheio de saudade!