quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Oi!

que as boas energias do natal encham seus dias de alegria, hoje e sempre.

Que seu natal seja cheio de alegria e ternura, muitos presentes e união entre família e amigos.

Boas festas, e desde já, feliz ano novo!

Jeferson


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

# 136

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num susto, assim, sem pensar e sem pesar, lá se encontra outra vez o rapaz, frente a um desafio novo e difícil, e por conta disso, instigante, do jeito que gosta.

não sabe o que fazer, pensar e nem que direção tomar.
e a mania de enxergar cedilhas em todos os "Cês" do mundo persiste, nesse olhar além-mundo que só ele e sua alma compreendem, que enxerga otimismo nas coisas mais tristes, e vive diversas vidas no tempo de um instante.

e esses instantes de vida são os melhores, mesmo que vividos apenas em sua imaginação de gente que gosta de viver as intensidades.

# 135

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em cima da mesa do moço, uma garrafa de água amarela, meia barra de chocolates e umas moedas espalhadas.
seu desajeitar de vida é refletido ali, numa mistura absurda de elementos, dos quais não consegue desvendar as razões de estarem ali, ocupando um mesmo lugar.
tudo o que sabe é que ele mesmo é uma bagunça pra si mesmo, que nunca sabe como ajeitar direitinho.
por vezes até consegue colocar alguma ordem ali, mas sua vida é uma coisa tão corrida e incomum, que vira e mexe tá tudo de cabeça pra baixo de novo.

domingo, 7 de dezembro de 2008

# 134

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ser gente é das coisas mais difíceis.
justamente porque a gente tem que lidar com as outras gentes que existem mundo afora, e isso é muito complicado, porque toda gente é uma caixa de surpresas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

# 133

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e nos últimos dias eu tenho tido aquela ansiedade de quem não consegue saber exatamente o que lhe aflige.
e sou exatamente o mestre de não saber nomear as coisas, e de confundir tudo, num verdadeiro liquidificador de emoções e sentimentos que vem e vai e remexe meu mundo, deixando tudo assim, misturado, sem nome.

e não sei se tou conseguindo me fazer entender, pra mim, até aqui no escrito tá saindo tudo assim, desconexo.
daí ela pergunta: "mas o que é que é certinho e definido nessa vida menino?"
e eu não sei responder. simplesmente não sei. e até mesmo o não saber é uma forma indefinida de responder aquilo que não se tem resposta. é mais uma das tais misturas.

oxe. que loucura.
depois tento ser mais certinho. ou não.

:)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

# 132

::  das arrumações


quando se tem um furacão constante dentro da cabeça fica difícil de organizar as idéias pra passa-las por escrito.
e eis me aqui, tentando dar um jeito de escrever de forma ordenada esse tanto de vento que sopra aqui dentro.

num sossego que só eu conheço, fico ouvindo Belle and Sebastian e cantando baixinho enquanto tento arrumar um jeito de fugir da preguiça de me organizar.
é... me organizar não é fácil, bagunça que sou. é papel pra todo canto, roupa por passar e poeira pra espanar. uma bagunça só, que embora eu me encontre em meio a ela, passa a me incomodar de um jeito que não tem mais como escapar.

e ao mesmo tempo me dá um sentimento de desolação de pensar que as coisas não serão as mesmas depois da arrumação, mas tudo limpo é bonito. e é do que vou me orgulhar depois.

e bagunça é um trem assim: se vc não dá um jeito nela, ela só cresce. é.. porque todo dia tem roupa pra lavar, e consequentemente pra passar. todo dia tem coisa nova no quarto, nem que seja aquela notinha fiscal da araújo onde comprei o desodorante novo, que acabo por não jogar fora.

mas pelo jeito, pra eu cumprir essa meta de arrumação vou ter que fazer por etapas.
porque furacão não passa de uma hora pra outra. é devagar, soprando tudo aos poucos.

# 131

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então, um belo dia resolvi que iria ficar mais sério, e numa dessas inventei um monte de planos pra atingir esse objetivo.

resolvi que voltarei a escrever com mais frequência e mais sobre mim diretamente aqui, porque é uma forma de descarrego, além de poder ter ajuda nessa minha mania de me lembrar o que estava fazendo nesse mesmo dia do ano passado, quase todos os dias.

e é mesmo, escrever tira um monte de coisas da cabeça que acabam por me deixar um tanto agitado, e me deixa mais elétrico tb.

o blog continuará com meus enxertos de textos non sense, ou que só têm sentido pra mim, mas também vai ficar um cadin mais pessoal.

e nesses dias me encontro especialmente inspirado, porque quando sangue literalmente novo aparece na nossa vida, a gente ganha novo fôlego e inspiração. taí a citação. :)

continuando na saga da tentativa de centralização e seriedade, cismei porque cismei que ia ler toda a obra de Clarice Lispector, que era pra me sentir mais, e assim estou fazendo, e ando mesmo um tanto mais sensível, acho que até demais.

e isso é meio perigoso pra quem já gosta de dramas... heheh

e no fim das contas, acho que essa coisa não vai dar certo mesmo, e acho que até que é bom, que eu gosto da minha eletricidade, acho que isso tudo é só uma crise que logo passa.

por fim, tenho colocado meus filmes em dia, e acho que "logo estará tudo no seu lugar".

bom, agora as minhas ululâncias serão mais minhas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

# 130

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e não tem o que explicar.
aliás, explicar serve pra quê?! as explicações não têm, e nunca tiveram, verdadeira utilidade.
elas servem apenas pra mascarar a vontade que as gentes têm de tentar saber tudo do mundo.

mas então, não tem o que explicar, justificar..
principalmente quando se trata desses trens de sentimento.
ô gente. como que faz pra saber se esse jeito que o coração tá batendo agora significa paixão, ou não, se paixão era do jeito que ele bateu a 2 dias atrás.. é.. quando tem 2 batidas mais espaçadas é paixão, ou seriam quando bate 5 vezes mais rápido, duas devagar e volta a bater rápido?
pois é! não dá pra saber!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

#129

:: do mergulho imaginário e das palavras que me ferem


é frustrante poder ver o mar só da janela.
ainda mais pra mim, que tanto gosto daquela imensidão azul.
mas é assim: a vida corre, o trabalho pede. e não dá tempo, tempo!, esse vilão atual dos meus dias, por conta dele não consegui molhar os pés dessa vez.

mas da janela do ônibus, que ia em direção àquela cidade do interior, eu sentia o vento forte misturado com o cheiro do mar bater no meu rosto.
e fiz questão de deixar a janela bem aberta, as duas, pra poder tentar, pelo menos na minha mente, ter uma sensação de mergulho, mesmo que imaginária, só naquele cheiro que eu não sei descrever...

não me satisfez por completo, mas foi bom ainda assim.
e naquela hora, quando o ônibus saía do litoral, ou pelo menos quando não dava pra enxergar o mar, eu voltava à leitura de Clarice Lispector, e isso talvez me influenciou pra ter aquelas sensações, e ainda a escrever isso aqui.

ela me atiça, ela me fere.
me faz ter inveja, e até doer por não ter nascido em sua época, não tê-la conhecido.
não sei.. talvez seja melhor assim.
talvez não saísse são depois de uma tarde de conversa com Clarice, talvez ela nem quisesse me receber.. mas acho que ela viraria minha cabeça de tal modo que eu saíria louco de lá.

e esse post tomou mais ou menos forma de querido diário, mas só porque cá estou numa pousada, insone, perturbado, e com palavras saltando pelos poros.

boa noite.

domingo, 19 de outubro de 2008

# 128

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dessa terra estrangeira não conheço lhufas.
não sei onde estão os tetos, os chãos, as louças, os garfos... perdido. completamente sem rumo.
e não é ruim o que passo agora.
tirando a saudade daquele conforto que encontro em meus amigos da terra natal, o que passo agora não é de todo mal.
apenas é um confronto com quem mais me assusta.. um cara a cara obrigatório com o Sr. Comigo Mesmo.
sim, porque naquelas paredes brancas de ontem, naquele quarto de hotel, noutra coisa não poderia pensar senão em meus caminhos, meus medos, minhas loucuras, minhas paixões, enfim.. era um momento em que não cabia pegar o telefone e ligar pros meus amigos e me distrair.. os inturbanos são caros.
outra escolha não tive então.. só me encontrar comigo mesmo e discutir isso tudo.
em minha cabeceira, Clarice ria do desespero mudo que eu apresentava, talvez até mesmo inspirado nela.
enfim, os momentos de encontros comigo mesmo ainda não terminaram.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

# 127

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e não tem como segurar.
quando vem a vontade, a coisa descamba.
sim, porque já era pouca, tinha vindo e ido, a agora vem de novo.
acionada com uma simples presença antiga, que nem tem mais as formas de quando existia de fato, mas que ainda desperta a vontade.

e tá aqui. doendo até.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

# 126

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e sorrateiro ele começa a bisbilhotar pelo buraco que encontra naquele muro escuro.
e o mais curioso, é que não sabe nada sobre aquele lugar, nunca ali estivera, só passava pela rua e quis enxergar de mais perto.
e assim são as coisas.
lá de longe soam belas e perfeitas, até que a curiosidade e a vontade tão comuns aos homens as tornam comuns e ordinárias, passando a ter perceptíveis defeitos, que lá de longe não se via.
e no tempo que só havia beleza todos queriam estar mais perto.
mas depois da maculação daquilo que era longe, depois da hora em que vira perto, o encanto desaparece.
e passa a ser mais um.

aquilo por detrás do muro, maravilhará o menino nesse instante, e também nos outros enquanto ele apenas observar pelo buraco na parece cinza.
quando a sua curiosidade de gente o fizer saltar o concreto pra enxergar de perto o que lá há, o encanto se desfará e o menino procurará outro objeto pra despertar seu desejo de falta de distância.


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

# 125

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não existem relógios,
nem formas realmente eficazes de contar o tempo.
as gentes convencionam suas medidas,
pra tentar contar tudo, cada coisa que existe
quase que num jeito ensandecido de controlar o mundo
mas são contagens tolas, há coisas incontroláveis.
por mais que se contem o tempo, não tem como saber o exato tamanho da saudade.
essa eu tenho medido com as horas. sempre as horas.

(começo de conversa de msn)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

# 124

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e não é que a tal da chuva resolveu que ia matar a saudade dos solos da cidade (e dos meus sapatos, claro)?
num começo de tarde desses, quaisquer, de repente o céu se fecha como um livro cansativo e pesado, e sem nem pedir licença ou esperar o horário de almoço terminar, derrama aquela chuva gelada em cima do moço que andava sério, ou pelo menos parecer assim, com pasta e barba por fazer na rua.

quando deu por si, seus cabelos já se molhavam e os ombros lhe pesavam. não se lembrava direito de seu último dia de chuva, talvez estivesse começando a aprender a esquecer aqueles empecilhos da vida, mas ainda assim não gostou de sentir a água molhando suas meias.

choveu pouco, talvez por somente uns 10 minutos, mas o suficiente pra fazer daquele céu antes azulado, dum cinza escuro que dava medo, precisando até acender a luz daquela sala de trabalho.

e depois da trégua da hora de ir embora, o moço, no auge da insônia, se depara com a chuva de madrugada, guiando suas palavras com o barulho dos pingos batendo no vidro da janela à suas costas.

terça-feira, 29 de julho de 2008

# 123

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e as coisas que são boas só por si mesmas sempre são complicadas... ou distantes.
ficam em lugares demorados pra se chegar, e que as vidas corridas das grandes cidades não deixam muito tempo sobrando.

e ainda assim, num pequeno espaço de tempo, em que a gente se dá por livre das ocupações do mundo, a gente passa por pequenas felicidades em lugares inesperados.

e assim como se fosse o dono da ampulheta dos dias, a gente tenta conter toda aquela areia em potes de vidro, mesmo sabendo que não tem nenhum capaz de cabê-la. mas a tentativa de fazer parar o tempo, ou pelo menos, que ele se prolongue é inevitável, apesar de saber que nada tem esse poder.

no fim, os dias passam, e tudo é bom. os barulhos e silêncios.
quase que uma forma de recordar que ainda tem como respirar/suspirar nesse mundo, coisa que havia ficado pra trás, e nem se sabe onde, enterrada em algum lugar antigo, ou depositada na copa de uma árvore.

a distância é implacável.
restam as pequenas felicidades distantes, como quase uma forma de saber-se vivo outra vez.
quase que num lampejo de esperança de tempos melhores.
só se sabe que as coisas boas estão agora distantes, mas é grato por tê-las lhe acontecido.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

# 122

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e chegando cedo nessa cidade bonita, onde o mar se mostra grande demais, e o sol atinge um calor forte que nem protetor solar resiste, foi logo pensando em mergulhar.
tomou o onibus 136 e foi direto pra casadeseus amigos que lhe acolhem sempre em seus momentos de fuga.
chegando naquela casa do botafogo, pensou em ir pro mar, mas a viagem lhe cansara tanto, que, sem perceber, estava logo cochilando.. o mar ficaria pra mais tarde.

e se iniciavam as ferias.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

# 120

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comendo biscoitos de polvilho e tomando chá de hortelã, e já era mais de meia noite e quinze.

num sem medo repentino, ele toma as rédeas daquele momento e se volta pra trás outra vez naqueles dias, e suspira fundo ao perceber que o seu tocador de músicas do computador começou aquela que ele evita às vezes.

e dessa vez a ouve por inteiro, se deixando levar pela memória que é bastante boa pra esse tipo de lembrança, e de volta vem até os cheiros do momento antigo.

e ainda pára praquele questionamento recorrente: será que ainda pensam em mim?

e toma folhas de papel e escreve aquelas cartas que não serão publicadas, tampouco entregues, e as deixa na caixa junto às outras.

e lá se vai mais uma carta pra caixa dos amores antigos, que recebe todos os meses pelo menos uma dessas cartas...

e mordisca outro biscoito, e coloca mais água pra ferver.

terça-feira, 17 de junho de 2008

# 119

"... Ulisses devorador de milkshake ..."


[...]

...e naquele barco, à procura de seu tesouro o marinheiro seguia sem pensar em mais nada, afastando inconscientemente as lembranças de um dia que passou, de uma vida deixada em stand by a partir do momento em que entrou naquele barco.

Pobre e distraído navegador. Busca o ouro, sem saber que o que tem de mais precioso ficou em terra firme. É sonhador, vive em um mundo só seu onde ouviu que pelas redondezas um homem conseguiu forjar asas com cera e voou em direção ao sol. O que não tomou conhecimento foi do fim do Ícaro voador, abatido pelo calor de seu sonho.

E lá vai o navio, nele um navegador com corpo de homem e sonhos de criança na cabeça. Na mão um milkshake de nutella. Se parasse para olhar pra trás veria Penélope distraída [forçosamente] à procura de linha e agulha. Começaria então a tecer a manta de seu Ulisses.

[...]

O título é de "Eletricidade" da Fernanda Porto... porque de sonhador todo mundo tem um pouco.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

# !!8

:: "O acaso tem suas mágicas, a necessidade não"


¿ (...) será que um acontecimento não se torna mais importante e carregado de significados quando depende de um número maior de circunstancias fortuitas?
Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão uma coisa muda. Somente o acaso tem voz. Tentamos interpretar o acaso como as ciganas lêem no fundo de uma xícara o desenho deixado pela borra de café.¿


A insustentável leveza do ser - Milan Kundera