quinta-feira, 28 de agosto de 2008

# 126

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e sorrateiro ele começa a bisbilhotar pelo buraco que encontra naquele muro escuro.
e o mais curioso, é que não sabe nada sobre aquele lugar, nunca ali estivera, só passava pela rua e quis enxergar de mais perto.
e assim são as coisas.
lá de longe soam belas e perfeitas, até que a curiosidade e a vontade tão comuns aos homens as tornam comuns e ordinárias, passando a ter perceptíveis defeitos, que lá de longe não se via.
e no tempo que só havia beleza todos queriam estar mais perto.
mas depois da maculação daquilo que era longe, depois da hora em que vira perto, o encanto desaparece.
e passa a ser mais um.

aquilo por detrás do muro, maravilhará o menino nesse instante, e também nos outros enquanto ele apenas observar pelo buraco na parece cinza.
quando a sua curiosidade de gente o fizer saltar o concreto pra enxergar de perto o que lá há, o encanto se desfará e o menino procurará outro objeto pra despertar seu desejo de falta de distância.


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