:: do mergulho imaginário e das palavras que me ferem
é frustrante poder ver o mar só da janela.
ainda mais pra mim, que tanto gosto daquela imensidão azul.
mas é assim: a vida corre, o trabalho pede. e não dá tempo, tempo!, esse vilão atual dos meus dias, por conta dele não consegui molhar os pés dessa vez.
mas da janela do ônibus, que ia em direção àquela cidade do interior, eu sentia o vento forte misturado com o cheiro do mar bater no meu rosto.
e fiz questão de deixar a janela bem aberta, as duas, pra poder tentar, pelo menos na minha mente, ter uma sensação de mergulho, mesmo que imaginária, só naquele cheiro que eu não sei descrever...
não me satisfez por completo, mas foi bom ainda assim.
e naquela hora, quando o ônibus saía do litoral, ou pelo menos quando não dava pra enxergar o mar, eu voltava à leitura de Clarice Lispector, e isso talvez me influenciou pra ter aquelas sensações, e ainda a escrever isso aqui.
ela me atiça, ela me fere.
me faz ter inveja, e até doer por não ter nascido em sua época, não tê-la conhecido.
não sei.. talvez seja melhor assim.
talvez não saísse são depois de uma tarde de conversa com Clarice, talvez ela nem quisesse me receber.. mas acho que ela viraria minha cabeça de tal modo que eu saíria louco de lá.
e esse post tomou mais ou menos forma de querido diário, mas só porque cá estou numa pousada, insone, perturbado, e com palavras saltando pelos poros.
boa noite.
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