segunda-feira, 12 de maio de 2008

# 114

:: do calor nas mãos com o friozinho do outono


e de um dia pro outro fez-se o frio.
depois e uma tarde em que foi preciso afrouxar e dobrar as mangas da camisa social azul clara, o moço precisou, conforme a noite ia nascendo e trazendo um sopro mais frio que dos últimos dias, tornar a estendê-las e abotoar até, pra ver se continha o frio que começava a bater.

finalmente o outono mostrava sua cara, ainda não trazendo muitas quedas de folhas - o que é um espetáculo de poesia natural - mas já abraçando a cidade com aquele frio de dormir de edredon.

o moço até que gostava desse tempo frio - desde que sem chuva - mas não achava muito confortável a sensação de suas mãos congeladas e nem de seus pés com frio. nesse caso preferia o tempo quente. ou pelo menos um aquecimento de mãos alheias em suas mãos.

e no cair da noite, em casa, enquanto o frio esquentava o seu estar só, enquanto não tinha a seu alcance as mãos que esperava, aquecia no fogão a água, entornava em uma xícara com um sachê de chá de hortelã e assim, segurando a porcelana quase que num abraço, sentia o calor nas suas mãos, enquanto assistia a um programa qualquer na tv.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Vida dos amores...queria dividir um edredon com vc nesse frio..rsrsrs..amo-te

Anônimo disse...

Este texto me fez sentir falta do dividir endredon com alguém, apesar de pensar que em muitas vezes é bem melhor estar consigo mesmo,mesmo que este simples frio de outono se torne um frio glacial.

Baisers!