e ele gostava de arte, de cinema, de música, de livros, de deitar-se embaixo de árvores, e de all star.
em algumas tardes, ficava quieto, de olhos fechados, se escondendo das pilhas de papel que o cercavam, e colocava pra tocar alguma de suas moças preferidas no rádio, e ali, naquele canto de tempo, cantava baixinho as letras das músicas escolhidas, se imaginando noutro tempo e lugar.
e gostava da lasanha da sua mãe, quase o mesmo tanto que gostava da que sua avó fazia, ela era meio adocicada, ele dizia.
e de suco de caju também, e de comer melancia de garfo e faca, que era pra não dar muita sujeira na cara.
gostava ainda de discutir consigo mesmo, como se estivesse na análise, fazendo ponderações graves a seu respeito algumas vezes, e noutras, caindo naquelas gargalhadas enormes, que chegam a doer a barriga.
e se deliciava ao ver outras pessoas dançando, de um tanto, que às vezes parava só pra vê-las. preferia as que dançavam do seu jeito, que as que faziam coreografias.
sorrisos de canto de boca se formavam em seu rosto, e um tanto de alegria o invadia por motivos simples e bobos aos olhos dos outros.
e assim, de graça, sem pagamento ou motivo forte.
e às vezes, o escolhedor de música de seu celular lhe presenteava, na mais pura aleatoriedade, com aquela música que melhorava seu astral, naqueles dias mais cinzas, e assim, por conta de uma música qualquer, se sentia bem.
o mero detalhe daquela música específica tocar lhe deixava explosivo, no sentido de contente, e assim, sem perceber, ele cantava baixinho a melodia, sem saber se havia ou não alguém olhando prali.
ele não ligava, porque gostava das coisas simples.
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