terça-feira, 19 de julho de 2011

# 257

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hoje de manhã eu passei no mercado pra comprar algumas maçãs.
e como sou chato pra comprar maçãs.
não gosto que tenham nenhuma marca mais escura, nenhum machucadinho ou buraco.
a maçã pra mim tem que ser aquela com a casca lisinha, perfeita, sem marcas.

daí comecei a rir sozinho, nessa hora da escolha, porque fiz uma comparação da escolha das maçãs com a escolha das pessoas.
não funciona assim. a gente não pode querer que as pessoas não tenham marcas, cicatrizes. 
ninguém saiu do barro, moldado direto pra gente.
todo mundo tem história, passado, marcas. e isso é até saudável, porque experiência é uma qualidade.

não há como exigir de alguém que não tenha suas mágoas, marcas ou traumas. todos temos. 
o negócio é como saber lidar com isso, sem peso, sem medos. o que é bem difícil, aliás.
como não temer aquela comparação com o romance anterior? como não inventar até mesmo uma pseudocompetição com o ex, pra querer disputar o cargo de mais inesquecível?
não aprendi ainda.

mas aprendi que passado existe pra todo mundo. é história, e não deve ser temido, não deve ser evitado, mas também não deve ser lembrado o tempo todo.
o passado é o que eu, você, e o próximo seremos amanhã. 
todo mundo será.
só assim se cria um novo presente.

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