terça-feira, 28 de agosto de 2007

# 62

:: "... doa-se a quem doer..."


aí eu olho pro fundo do ônibus, praquela parede (se é que posso chamar disso) onde ficam coisas artísticas... e lá eu leio: "doa-se a quem doer" e fiquei ali, besta, parado olhando até a freada brusca do motorista que quase me joga no colo da dona que estava sentada lá.

e é assim que acontece mesmo não é... a gente se doa pra outras pessoas o tempo todo. seja num namoro, seja numa amizade, seja em casa... a gente se doa, e às vezes dói e outras, a gente faz doer nos outros... acontece... e eu acho bom.

pode parecer insano, mas eu até gosto de me ferir, nesse sentido, de vez em quando.
explico: a minha tendência é me sentir alheio ao mundo... esquecer que eu vivo em meio a um monte de gente, e que estou sujeito a tudo que qualquer pessoa esteja.

e quando eu me machuco, em vez de chorar, eu rio... a dor me faz lembrar da minha situação de ser humano, passível de erros, eu sinto o ar nos pulmões e respiro o mais fundo que posso que é pra ter essa sensação por mais tempo... eu me emociono e simplesmente vivo.

a dor nesse caso é um chamamento, é uma coisa linda, porque me livra do fardo pesado de exigir de mim atitudes que eu não sou capaz de ter.

então eu gosto que doa em mim de vez em quando, e gosto de que se doem a mim também... eu me dôo ao mundo o tempo todo. aceito doações. provoco algumas dores... mas quem não o faz?

o título é da frase do ônibus.

# 61

:: viva Vinícius de Morais


"
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas prá fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba não
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
"

[samba da benção]

domingo, 26 de agosto de 2007

# 60

:: dos tempos


e o tempo passa... passa... passa...

os anos se tropeçam uns nos outros, a gente cresce de tamanho, a barba se fecha, e até uns fios brancos aparecem no cabelo...
as roupas velhas já não servem mais, chiclete de bola cansa mais que antigamente, mas a despeito disso tudo, ainda tenho um coração de 17 anos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

# 59

:: gravata azul

E o azul toma conta de mim nos últimos tempos.

Veja só.. ontem mesmo fui pro trabalho sem perceber de camisa azul e gravata azul também.

Tá bem, e logo mais tarde escuto no rádio que a cor pros rapazes no dia de ontem era azul.

E me ri.

Com minha gravata azul de quadradinhos.

# 58

:: e eu procuro um lugar na platéia. um que não seja nem no fundo e nem muito na frente.


a gente sempre leva a vida com o objetivo de alcançar as primeiras fileiras, e quando conseguimos chegar lá acabamos percebendo que de tão, mas tão perto que ficou, não enxergamos mais nada.

então é por conta disso que eu quero um lugar bem ali, na 5 ª fileira, na cadeira sete à esquerda e 8 à direita, que é pra eu poder observar bem o que acontece ali na frente, enxergando a vida passar nítida, visível e me deixando tomar partido no que ela me aprontar.

nem pensar que eu quero a primeira das filas... ficar de pescoço pra cima muito tempo dá torcicolo e lá no fundo ficar na ponta dos pés dá caimbra..

ai ai...

palmas.

sábado, 11 de agosto de 2007

# 57

:: se o mundo e mesmo parecido com o que vejo


do alto do morro que tem que descer e com aqueles óculos de lentes azuis que tanto intrigava as pessoas... ele nunca os tirava. nunca mesmo. dizem que só se via a cor de seus olhos verdadeiros, que as pessoas não sabiam se eram castanhos ou pretos, naquele segundo antes de dormir.

quando perguntado o porquê de nunca tirar seus óculos, ele simplesmente sorria um sorriso tão fino, tão pequeno e ao mesmo tempo cheio de significado com o canto esquerdo da boca que não precisava dizer mais nada. e assim vivia, serenamente.

e de volta ao morro, lá estava ele, o menino dos óculos azuis, com sua mochila verde pendurada no seu braço direito, olhando pra baixo e respirando fundo, como num preparo pra descer aquela rua quase em pé.

no meio do morro uma menina lá pros seus 4 anos, pede pra ver os óculos dele. Por um segundo ele hesita, mas a criança fora tão convincente em seu pedido, que ele os tirou e colocou nos olhos dela. e quando abriu os seus e viu o cinza que cobria toda aquela cidade e as pessoas com seus rostos cansados e amargurados, uma grande nuvem de tristeza o tomou.

a menininha, notou, e num instante o puxou pela perna e o devolveu seus óculos com um sorriso que explicava tudo.

nesse momento, ele os colocou e desceu a rua cantando baixinho: “se o mundo é mesmo parecido com o que vejo prefiro acreditar no mundo do meu jeito...”

e lá se foi o moço dos óculos azuis. andando pelo mundo.

# 56

:: da resposta ao desafio


então depois de um tempo eu volto nesse canto e com o que me deparo? com um desafio da Milla Loureiro, essa moça que sabe me matar de saudades... pois bem, eu aceito. O desafio era pra indicar as 7 maravilhas da minha vida, então seguem:

1 - minha Vó Doca, por tudo o que fez e faz por mim;
2 - todos os meus amigos verdadeiros;
3 - a música, por sua capacidade de me acalmar;
4 - o cinema, por me deixar viajar na vida dos outros, mesmo que nao existam;
5 - os sonhos, por me manterem acordado e com vontade de realiza-los;
6 - meus inimigos, que me mostraram que tipo de pessoa não quero ser;
7 - os lugares que não conheci ainda, por atiçarem minha curiosidade todos os dias.

pronto. era pra eu indicar 7 pessoas, mas deixo livre pra quem quiser continuar.

=]

# 55

:: um sopro na poeira


e num pulo ele lembra que tem alguma coisa sendo deixada de lado na vida dele.

se levanta do sofa laranja onde cochilava, e num pulo corre e vem escrever alguma coisa que possa fazer sentido, ou nao.

tempos corridos os ultimos, ainda terminando de fazer as pequenas mudanças. Faltam 3 portas para serem colocadas no guarda-roupas e nao se lembra mais o que é uma cama, mas isso não o incomoda de forma alguma.

e cá está a tirar a poeira desse blog desse jeito meio corrido. mas novas palavras virão.