terça-feira, 26 de junho de 2012

# 287



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sete anos foi o tempo que aquele momento permaneceu congelado.
sete anos.
e de repente, era como se não houvesse passado tempo. 
como se a vida emendasse aquelas duas noites tão espaçadas.

e sete anos não são sete dias. 
é tempo suficiente para uma criança aprender a ler e escrever. 
tempo bastante pra vida escrever bastante história na vida de duas pessoas.

mas a vida não deixa ponta sem nó, e, mesmo que se passem tantas noites únicas, aquela, em especial, permaneceu ali, inalterada, inacabada.
era como se faltasse um ponto final ao fim da frase, e sabemos o quanto um texto não pontuado se torna complexo, saramaguiano.
talvez numa arte do destino, tenha chegado o momento da concretização daquele quase. 
e como que numa viagem no tempo, parecia que o relógio voltara, e aquele momento antes congelado foi retomado.
com o mesmo encanto, com o mesmo fascínio e magnetismo.

aquele furacão gerado pelo encontro daqueles dois seres podia finalmente girar, sem medo de destruir tudo ao seu redor.
a força era justamente a inversa, a força da construção.
e, mesmo que se congelasse de novo aquele novo momento, já teria valido a pena.

encontros assim, de girar mundos, não acontecem por acaso, e nem com muita frequência. são raros.
encontros assim, de girar mundos, viram reencontros, quando descongelados.
e haja mundo pra girar.

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