terça-feira, 12 de junho de 2012

# 286

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- resgate -


De repente veio uma tempestade e abalou tudo. Podia ter sido um vento qualquer, ou uma chuvinha de verão... mas não, foi uma tempestade... afinal, era por isso que ele esperava e acreditava. Uma tempestade que abalasse a calmaria que ele vivia. Não que não gostasse daquela vida, mas não havia nascido praquilo. 

E daí as coisas foram levantando vôo. Tudo ficou de pernas pro ar. E ao invés de achar isso ruim, ou deseperador, ele olhava pra todas as coisas que até então possuía sendo levadas pelo vento e sorria o seu sorriso mais bonito. 

E desejava poder tomar parte da tempestade, se tornar chuva também e ventania. E prometia pra si mesmo que se moldaria da forma que a tempestade pedisse, que se sentiria um planeta se aquela chuva grande o aceitasse. 

Não mais que de repente viu pele virar gotas de água e a respiração virar vento. Ele e a tempestade eram então um só. E da monotonia se fez guerra. Não guerra de sangue, de morte, mas guerra de vida, uma guerra que traria como saldo sua felicidade. E da tristeza anterior, não se tem notícia. 

Assim como todas as coisas que possuía foram transformadas em destruição, ele se transformara também. Morria a calmaria. Vivia a tempestade. A tempestade que ele acreditava que viria. 

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