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e ele corria, corria o mais rápido que podia.
não olhava pra trás, com medo do que passou. só ia pra frente procurando um lugar pra chegar, mas que não fazia a mínima idéia de onde seria.
já não via mais motivo pra ficar parado, e vez ou outra diminuía o passo pra dar um daqueles respiros bem fundos, porque o pulmão reclamava, e tornava a apertar o passo.
- deixa o moço correr, escutava às vezes, quando alguém o questionava, mas não se virava pra ver quem havia dito.
e assim corria e corria. por quanto tempo? não se sabe. se já parou? duvido.
ele é vento. e vento não pára.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
# 194
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da chuva mais bonita que eu vi
"... num dia triste de chuva ..." (C. E.)
era tarde de sábado, um sábado qualquer em casa, de temperatura amena, nem frio nem calor.
a inquietude que me governa normalmente neste sábado estava impossível, coloquei uma roupa mais ou menos e entrei num ônibus...
vento, nuvens e enfim, chuva.
pessoas correndo e parando sob as marquises do centro de BH.
e eu, em plena Av. Afonso Pena, adorando aquela chuva, corria de braços abertos, como se a pudesse abraçar enquanto atravessava a faixa de pedestres.
e foi ali mesmo, na avenida principal da cidade, debaixo de uma marquise com mais um monte de gente, que eu vi a chuva mais bonita de toda a minha vida.
o vento fazia com que as gotas dessem verdadeiras piruetas, que eram desenhadas no ar. e a chuva era branca e fina, mas forte, o que, em contraste com aqueles prédios altos que tanto gosto, formavam a imagem que eu mais gostei de ver.
fiquei ali, quase meia hora parado olhando, me esqueci de tudo, do ônibus que tinha que pegar, da vida... fiquei só vendo a chuva mais bonita.
ganhei meu dia.
da chuva mais bonita que eu vi
"... num dia triste de chuva ..." (C. E.)
era tarde de sábado, um sábado qualquer em casa, de temperatura amena, nem frio nem calor.
a inquietude que me governa normalmente neste sábado estava impossível, coloquei uma roupa mais ou menos e entrei num ônibus...
vento, nuvens e enfim, chuva.
pessoas correndo e parando sob as marquises do centro de BH.
e eu, em plena Av. Afonso Pena, adorando aquela chuva, corria de braços abertos, como se a pudesse abraçar enquanto atravessava a faixa de pedestres.
e foi ali mesmo, na avenida principal da cidade, debaixo de uma marquise com mais um monte de gente, que eu vi a chuva mais bonita de toda a minha vida.
o vento fazia com que as gotas dessem verdadeiras piruetas, que eram desenhadas no ar. e a chuva era branca e fina, mas forte, o que, em contraste com aqueles prédios altos que tanto gosto, formavam a imagem que eu mais gostei de ver.
fiquei ali, quase meia hora parado olhando, me esqueci de tudo, do ônibus que tinha que pegar, da vida... fiquei só vendo a chuva mais bonita.
ganhei meu dia.
# 193
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do que eu tenho e do que eu posso ter
eu tenho crises de anemia.
posso ter feijão e beterraba na comida, mas não gosto.
eu tenho medo de calango.
posso jogar pedra no que anda no muro, mas tenho dó.
eu tenho o defeito de guardar rancor.
posso colocar pedras em cima das desavenças apesar disso.
eu tenho um espírito pacifista.
posso bem virar um demônio contra quem quer guerrear comigo.
eu tenho quem me quer por perto.
posso me contentar com essas pessoas ou querer ter mais amigos.
eu tenho quem me quer longe.
posso sobreviver.
enfim.. ter e poder ter... eis a questão.
do que eu tenho e do que eu posso ter
eu tenho crises de anemia.
posso ter feijão e beterraba na comida, mas não gosto.
eu tenho medo de calango.
posso jogar pedra no que anda no muro, mas tenho dó.
eu tenho o defeito de guardar rancor.
posso colocar pedras em cima das desavenças apesar disso.
eu tenho um espírito pacifista.
posso bem virar um demônio contra quem quer guerrear comigo.
eu tenho quem me quer por perto.
posso me contentar com essas pessoas ou querer ter mais amigos.
eu tenho quem me quer longe.
posso sobreviver.
enfim.. ter e poder ter... eis a questão.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
# 192
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das fotos de cabeça
é fato que as melhores imagens acontecem quando a gente não está com a câmera fotográfica né...
só ontem perdi um monte delas, perdi no sentido de poder passar pro papel, mas guardei.
a mais interessante (e mais bonita) foi a de um rapaz punk, cheio de tatuagens, cabelo grande, roupa rasgada, piercings e correntes, e cabelo grande de braço dado com uma senhorinha velhinha com cara de vó a ajudando a andar pelas ruas do centro de BH.
o contraste das figuras foi muito bonito.
virou foto de cabeça, porque só na minha cabeça que eu tenho essa imagem.
das fotos de cabeça
é fato que as melhores imagens acontecem quando a gente não está com a câmera fotográfica né...
só ontem perdi um monte delas, perdi no sentido de poder passar pro papel, mas guardei.
a mais interessante (e mais bonita) foi a de um rapaz punk, cheio de tatuagens, cabelo grande, roupa rasgada, piercings e correntes, e cabelo grande de braço dado com uma senhorinha velhinha com cara de vó a ajudando a andar pelas ruas do centro de BH.
o contraste das figuras foi muito bonito.
virou foto de cabeça, porque só na minha cabeça que eu tenho essa imagem.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
# 191
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desceu as escadas, e mesmo lá de cima, já o tinha avistado.
e numa dessas coincidências, ou não, que acontecem na vida, o tempo todo, acabou percebendo que era ali que ia dançar também. era a mesma roda de amigos.
dançava, dançavam, dançava de novo, e com isso o interesse ia aumentando, só que como faria pra deixar isso claro? não sabia.
nunca sabia.
o cansaço chegou, e nessas de se sentarem pro descanso, as conversas fluíram, mas fluíram tanto e tanto, que uma determinada hora, faltaram as palavras.
e nessas horas é que se perde, não sabe o que fazer, se levanta e sai, como sempre, porque nunca foi desses que se atracam assim, como se a coisa fosse fácil.
o ar de "puxa vida, eu nunca sei fazer essas coisas" veio ao seu rosto, e lá estava de novo na pista, dançando só.
mais tarde, num repente qualquer, ganha a companhia de novo, e mais danças, e mais risadas, e mais sorrisos, e mais diversões.
quando de repente, sente aqueles olhos da conversa o encarando, e num repente maior ainda, os dois se aproximam, se sorriem e o beijo finalmente se faz. daqueles grandes.
desceu as escadas, e mesmo lá de cima, já o tinha avistado.
e numa dessas coincidências, ou não, que acontecem na vida, o tempo todo, acabou percebendo que era ali que ia dançar também. era a mesma roda de amigos.
dançava, dançavam, dançava de novo, e com isso o interesse ia aumentando, só que como faria pra deixar isso claro? não sabia.
nunca sabia.
o cansaço chegou, e nessas de se sentarem pro descanso, as conversas fluíram, mas fluíram tanto e tanto, que uma determinada hora, faltaram as palavras.
e nessas horas é que se perde, não sabe o que fazer, se levanta e sai, como sempre, porque nunca foi desses que se atracam assim, como se a coisa fosse fácil.
o ar de "puxa vida, eu nunca sei fazer essas coisas" veio ao seu rosto, e lá estava de novo na pista, dançando só.
mais tarde, num repente qualquer, ganha a companhia de novo, e mais danças, e mais risadas, e mais sorrisos, e mais diversões.
quando de repente, sente aqueles olhos da conversa o encarando, e num repente maior ainda, os dois se aproximam, se sorriem e o beijo finalmente se faz. daqueles grandes.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
# 190
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e lá estava ele no meio da pista. e olhava, e dançava, e olhava, sorria, e dançava.
hora ou outra recebia um sorriso de volta, e cantavam juntos.
o moço lá de cima, com os fones no ouvido, e o moço lá embaixo, dançando o que ouvia.
ele parecia envergonhado de cantar as músicas, então só sorria, fechava os olhos às vezes, e dançava.. e como dançava.
enquanto o da cabine, ah.. esse até coreografias inventava na hora.
certa hora passaram a ter uma conversa, que não findava.
daquelas que tinha que tampar a orelha do ouvinte com as mãos, por conta da altura do som.
e ainda que tendo que repetir às vezes as frases, a conversa ia e ia e ia, no meio de risos e coreografias atrapalhadas...
e lá estava ele no meio da pista. e olhava, e dançava, e olhava, sorria, e dançava.
hora ou outra recebia um sorriso de volta, e cantavam juntos.
o moço lá de cima, com os fones no ouvido, e o moço lá embaixo, dançando o que ouvia.
ele parecia envergonhado de cantar as músicas, então só sorria, fechava os olhos às vezes, e dançava.. e como dançava.
enquanto o da cabine, ah.. esse até coreografias inventava na hora.
certa hora passaram a ter uma conversa, que não findava.
daquelas que tinha que tampar a orelha do ouvinte com as mãos, por conta da altura do som.
e ainda que tendo que repetir às vezes as frases, a conversa ia e ia e ia, no meio de risos e coreografias atrapalhadas...
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
# 189
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"todo mundo tem um pouco de poeira na vida"
frase que li no jornal na sexta e que tem tanto a ver comigo.
meu deus.. como é isso né.. eu nunca jogo nada fora. fato. é só vc entrar no meu quarto pra ver. é uma tralheira de dá dó.
coisas que eu sempre acho que um dia podem me ser úteis, por mais mofadas e amarelas que estejam.
aí eu vejo que minhas poeiras existem não só nas bugigangas danadas, mas no coração tb.
e nem sei se sopro.
"todo mundo tem um pouco de poeira na vida"
frase que li no jornal na sexta e que tem tanto a ver comigo.
meu deus.. como é isso né.. eu nunca jogo nada fora. fato. é só vc entrar no meu quarto pra ver. é uma tralheira de dá dó.
coisas que eu sempre acho que um dia podem me ser úteis, por mais mofadas e amarelas que estejam.
aí eu vejo que minhas poeiras existem não só nas bugigangas danadas, mas no coração tb.
e nem sei se sopro.
# 188
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das viagens e dos milkshakes
daí eu me lembro de uma frase de música que gosto tanto...
"ulisses devorador de milkshake ..."
(fernanda porto - eletricidade)
é assim.. de vez em quando me basta um detalhe pra viajar mares afora sem sair do lugar...
pensar em milhões de coisas em um segundo...
ir atrás de velocinos de ouro com gosto de pequi...
no fim das contas não passo de um sonhador que nem precisa dormir pra imaginar mundos.
uma alegria pode ter gosto de ovomaltine com leite.. tudo batido.
o Ulisses da música e da história é um cara que acredita num sonho e parte em busca dele sem se preocupar com formas.. o que são formas afinal, ora bolas? ele só quer o sonho e sonho é bom. tem gosto de milkshake.
é quase um sonho infantil mas com a ousadia do mais corajoso dos homens.
ah, dá cá meu milkshake e me deixa fechar os olhos .
das viagens e dos milkshakes
daí eu me lembro de uma frase de música que gosto tanto...
"ulisses devorador de milkshake ..."
(fernanda porto - eletricidade)
é assim.. de vez em quando me basta um detalhe pra viajar mares afora sem sair do lugar...
pensar em milhões de coisas em um segundo...
ir atrás de velocinos de ouro com gosto de pequi...
no fim das contas não passo de um sonhador que nem precisa dormir pra imaginar mundos.
uma alegria pode ter gosto de ovomaltine com leite.. tudo batido.
o Ulisses da música e da história é um cara que acredita num sonho e parte em busca dele sem se preocupar com formas.. o que são formas afinal, ora bolas? ele só quer o sonho e sonho é bom. tem gosto de milkshake.
é quase um sonho infantil mas com a ousadia do mais corajoso dos homens.
ah, dá cá meu milkshake e me deixa fechar os olhos .
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