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então é assim.
eu gosto, me entrego, mergulho de cabeça mesmo, sem medo de ser quem sou, sem medo de querer ser feliz.
e, na maior parte das vezes, me encanto com um esboço, com uma vontade alheia de ser quem não é, de um papel bem desempenhado de um personagem.
papel esse que dentro de alguns meses não consegue mais ser mantido.
daí, passam a aparecer as prioridades unilaterais, por parte de mim, que não fui personagem e que só queria viver aquele encontro, aquele conto. passa a parecer que só eu tinha vontade de encontrar, de ver, que a saudade era só de mim.
com o tempo, o esforço que se faz só de um fica fraco, que se cansa, e a tendência do outro, já acomodado, e certo de que não seria solto daquela relação, era de que a coisa permanecesse daquele jeito.
só que não é bem assim.
paciência, uma hora, se esgota. submissão também. e aquele que é submetido à toda essa romaria de vontade alheia, se cansa e grita seu "chega".
daí a vida se abre, e aquele que outrora fazia pouco caso, desprezava, agora entende que o outro lhe era sim importante.
mas esse outro já se cansara de amores tardios. do perder pra valorizar. não mais lhe cabia.
daí, seguia sua vida, assobiando uma canção que dizia que um dia havia de encontrar alguém que lhe valorizasse desde o começo, que não precisasse de um susto, de uma perda, pra perceber o seu valor e sua singularidade perante o mundo.
e, num cantar baixinho repetia "ninguém vai me dizer o que sentir".
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