- agora me conte, o que você tá sentindo.
- eu, eu.. eu tou sentindo... aliás, eu não tou sentindo. tou sentindo nada.
- você sabe que eu te pergunto é de amor né?
- sei sim, mas o amor que eu tenho aqui, agora, é só meu. não tem novo, não tem antigo, não tem nenhum alheio que me move. quem que eu tou amando agora sou eu. e ao mesmo tempo, é a mim que eu odeio também.
- mas... mas como é isso? logo você, que sempre está dando o seu amor por aí...
- não sei explicar. acho que aprendi a descansar isso em mim. não tou amando, de amor romântico, a ninguém por agora. não sei como acordarei amanhã, mas nos últimos tempos, meu amor sou eu. e só eu. e tou vendo o tanto que esse amor é de verdade, porque o que tem de defeito que eu tenho enxergado não se conta. e amar é isso não é? de achar qualidade e defeito, e ainda assim os defeitos serem lindos.
- prossiga.
- não sei colocar isso em palavras, mas é mais ou menos assim: não tou de porta fechada, não tou fechado pra balanço, mas não tou remexido. tou em suspensão, e se chegar alguém que consiga me tirar desse estado, eu posso vir a me apaixonar, e viver toda aquela história nova. mas se não vier, não tem problema, eu vou seguir me amando. algo por aí.
- e você não se sente vazio? não sente falta? não tá carente?
- sinto sim, sinto falta, carência, saudade... mas não sinto também, o que é estranho. eu sinto é vida, sabe, eu sinto que nenhuma dessas coisas é capaz de me impulsionar... nem saudade, nem carência, nem falta e nem vazio. eu tou bem. bem sim.
- você se diria autossuficiente?
- jamais. mas não tou dependente do amor dos outros, de uma noite de sexo, de uma compaixão qualquer... eu tou tranquilo do jeito que tou.
- interessante. bem, nossa sessão termina por aqui. boa noite.
Um comentário:
Legal, uma conversa interna! Eu tenho várias dessas todos os dias.. ahahahaha Mas por hora eu acho que essa sua sensação é legal. Estou +ou- menos passando por ela e é bom não sentir aquela dorzinha chata de um amor... Td d bom!
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