sexta-feira, 8 de outubro de 2010

# 237

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e mais uma vez ele encaixotou suas coisas, dividiu suas roupas entre malas e sacolas, e carregou tudo pro caminhão de mudanças.
e lá ia pra um novo endereço.
mas pra ele, dessa vez, não era uma simples mudança de endereço. a sua mudança era quase total.
estava mudando de hábitos, de trabalho, de focos na vida, de jeito, e até mesmo mudando alguns amigos.
parecia que havia passado um furacão na sua vida, e carregado uma parte bem grande de tudo aquilo que ele havia construído até então, o que não mexeu só com seus pertences, mas com alguma coisa dentro dele mesmo.
quem o vê hoje diz que ele parece mais calmo, mais sereno, e ele mesmo reconhece isso nele.
já não é mais aquele turbilhão de gente, que tem que fazer duzentas e vinte e três coisas ao mesmo tempo. ele está mais focado, mas determinado, e até mais sincero consigo e com os outros.
quando pisou na casa nova já percebeu que ali as coisas iam ser bem diferentes. seu quarto era imenso, pelo menos o maior em que já viveu, e que não podia deixar suas coisas jogadas.
foi ao mercado, comprou um pé de pimenteira e outro de arruda, os alojou na sala da casa, lembrando que sua avó havia lhe dito que era pra espantar "mau olhado", não era dos mais crentes nessas coisas, mas não custava nada.
descarregou as caixas, colocou sua cama no canto da janela, e nela deitou-se, olhando pra tudo aquilo ao redor, que ainda era uma grande bagunça, mas sabia que estava em casa.
e assim, de pouco em pouco vai se arrumando, de ajeitando, reconstruindo cada pedaço levado pelo furacão.
e o melhor, sabe que toda mudança é pro bem, afinal, nunca se ouviu dizer de borboleta virando lagarta.
é evolução.

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