sexta-feira, 25 de junho de 2010

# 228

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e ele nunca precisou de muita coisa pra ter encanto por nada.
é que é do tipo que fica de boca aberta com as particularidades, com os detalhes.
costumava dizer que uma das melhores frases de música que já ouvira é "na simplicidade eu vejo as coisas mais incríveis". e foi do tipo que quando ouviu essa frase pela primeira vez lhe faltou o ar nos pulmões. jamais se identificara tanto com uma letra de música, ou pelo menos fazia tempo que nenhuma canção lhe arrebatava assim.
e continuou sendo o secreto admirador das coisas simples.
porque, pra ele, tudo era singular, feito de particularidades, detalhes únicos e insubstituíveis. e assim via as pessoas, e por isso se encantava tanto, o tempo todo, por tanta gente.
e quando tinha que deixar alguém de lado, seja por ter sido um romance que não funcionava mais, ou fosse uma paixão platônica que não encontrava saída pra realidade, ele se entristecia.
porque deixar isso de lado significava deixar de lado também aquelas coisas únicas que ele havia enxergado, aqueles detalhes únicos que não existiriam em outra pessoa.
mas o mundo não acabava. ele continuava admirando as coisas simples. 
e não precisava de muito pra se encantar.
era só enxergar além do que todo mundo enxergava. era só sair do geral pro particular.
e ele continuaria a ver as coisas mais incríveis.

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