e o que o outro não entendia era como ele estava assim, tão encantado com ele.
dizia que ele mesmo era uma bagunça, e seria, no mínimo, loucura, se alguém quisesse compartilhar dessa bagunça toda.
só que, o que ele não enxergava, era que o outro gostava mesmo era da bagunça, do não certinho, do não previsível. que aquilo sim era combustível pra sua vida, pra sua motivação. ele, que em si próprio, via as suas próprias coisas bem bagunçadas e desordenadas.
e a bagunça que lhe fascinava, porque o que é linear torna-se enfadonho com o tempo. daí que ele preferia a imprevisibilidade que as coisas mais desarrumadas lhe traziam. não haveria rotina, nem muito cansaço, haveriam desafios e exercícios de tolerância, e risadas, ah, como haveriam risadas...
o que importava ali era o encanto. mesmo que o encanto viesse justamente da forma desordenada que as coisas lhe apareciam.