quarta-feira, 28 de abril de 2010

# 218

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ele não gostava de silêncio.
pelo menos não quando estava com muita coisa acumulada na pauta de pensamentos.
e por isso sempre andava ouvindo músicas com seus fones de ouvido.
mas ali, naquela tarde, foi impossível evitar. 
dentro do ônibus, a bateria do tocador de música acabou, e só restou o silêncio, permeado pelo barulho da estrada. 
e nessa torrente de pensamentos, ele deu por si que, por mais tempo que passasse, nunca ia superar aquele primeiro amor.
e do mesmo jeito, nunca ia superar o segundo, nem o terceiro, nem o quarto e nem o próximo.
isso porque era uma daquelas pessoas que não ia pelo conjunto da obra. ele se apaixonava era pelos detalhes, pelas miudezas de cada pessoa que passava por sua vida.
que eram essas pequenas coisas peculiares de cada um que faziam de cada paixão única, ímpar.
e sabe também que esse trem de amor passado não termina, mas que não impede os próximos amores de cheguem.
e ao perceber isso, viu aquela tempestade que o assolava fazia alguns dias, passar, e ir pra bem longe.
ele não ia superar o amor passado, logo ia aparecer é um novo pra se tornar também insuperável, que nem os anteriores.
e assim a vida ia seguir.

Um comentário:

Samy Vallo disse...

Como é impressionante sua capacidade de apanhar pedaços de verdade e fazer coisas tão simples e por isso mesmo tão maravilhosas...Como sempre adorei ....Bjuuuuuuuuuuuuuu