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a rua era de descida. e ele nem sabia onde dava. mas decidiu segui-la ainda assim.
e ela ia correndo lá na frente, sem nem olhar pra trás, como se ele não existisse, ou se fosse só um passatempo qualquer, desses quebra-cabeças de poucas peças que se compra na farmácia. genérico.
ele, apesar de ter notado esse descaso por parte dela, decidiu por continuar numa jornada de paciência e espera. longa espera.
e seguia atrás dela, na descida, e nisso se sentia mal, mas o que importava? era ela. Ela.
ou pelo menos assim achava que era.
a rua continuava pra baixo, e quanto mais corria, mais perdia ela de vista. e suas pernas já doíam. não gostava de descer, por mais estranho que parecesse, afinal, pra baixo todo santo ajuda, como diria sua avó. mas ele já cansara de tanta ladeira já teve de descer na vida, e essa era mais uma.
e assim, apesar de sua empolgação e desejo, ele, quando ela já estava tão longe que fugia de suas vistas, simplesmente parou.
e ela seguiu, sem olhar pra trás. ele havia passado pra ela. ela ainda não era passado. mas logo seria, porque mesmo na descida, uma ajuda lhe cairia bem, um sorriso que fosse, um alô, uma saudação. mas ela não era dessas;
ela era mais uma ladeira, só mais uma descida que ele decidiu deixar pra trás, e retomou o caminho de volta, subindo.
porque é no alto que ele queria chegar.
ainda que pra isso precisasse descer mais algumas ladeiras.
2 comentários:
Sempre tem uma descida....
Ah que lindo...São tantas coisas que nos mudam os caminhos...Mas é tão dificil ter a sobriedade de resolver voltar a normalidade...
Bjs...
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