terça-feira, 22 de setembro de 2009

# 174

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e ele tinha tanto medo de sofrer, e de se entregar, que já se passara algum tempo de convivência e nem um "eu te gosto" ele conseguia soltar àquele outro.
e seguia seus dias fazendo todo o habitual.
vivendo com certa frieza e descaso aquela situação, e ainda assim sentindo-se um tanto seguro, dentro de toda aquela insegurança e medo em que vivia mergulhado.

quanto ao outro, ele deixava o tempo correr, sem muita empolgação verdadeira, porque essas coisas são recíprocas, e arrastava-se amarrado à paralisia do outro, sendo contente quando juntos, mas indiferente quando longe.

duas pedras de gelo grudadas por uma gota d'água que em algum momento caíra em meio aos dois, os unindo enquanto um calor alheio não chega para separa-los.

 

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