quinta-feira, 13 de maio de 2010

# 220

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e lá estava ele, depois de umas cervejas, dançando, numa madrugada de sábado.
em meio a conhecidos, ele dançava de olhos fechados, quando a música era daquelas que mexiam consigo, fazendo aquele arrepio gelado subir pela espinha.
noutras, abria a boca e gritava a música a plenos pulmões, como se fosse pro mundo todo ouvir.
e nessas, dançava, dançava e dançava.
numa hora qualquer, pisou no pé de alguém, e, como sempre, se desculpou.
a pessoa sorriu, e ele voltou a dançar do mesmo jeito.
tempos depois, pisou novamente no pé alheio, e pediu novamente desculpas, ao que percebeu que o pessoa sorria e o encarou, dizendo "quem é você que pede desculpas quando pisa no pé de alguém numa boate? você existe?" e, num sorriso trocado, começaram a dançar juntos, e em silêncio.
não trocaram nomes.
mas de lá saíram, e conversaram como nunca, como se o mundo fosse terminar naquele dia, e tinham que esgotar todos os assuntos.
artes, literatura, cinema, teatro, amor, vida, enfim, os mais diversos assuntos, de modo meio sério e meio descontraído, mas com profundidade.
a manhã chegou, e eles não perceberam.
a conversa terminou, e com um beijo, se despediram.
e nem os nomes trocaram.

3 comentários:

Edu Ruas disse...

Isso é tão comum... e tão incomum!
Adoro seu jeito de escrever, tem todo um charme ortográfico-gramatical!!!

Samy Vallo disse...

A delicia da vida.,,,
Por mais que neguemos...
Está nessa vida que nos negamos dia após dia..Adoro o que vc escreve...Sempre!!!

Fábio disse...

Nossa... adorei seu blog...