quinta-feira, 2 de julho de 2009

# 163

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fragmento de carta antiga atemporal


[...]
e agora sou eu.

eu mesmo. aquele que usa figuras outras pra tentar falar de si.
talvez pela falta de coragem de se encarar, que é o que mais de difícil existe, talvez seja por medo de que as pessoas a seu redor - seus amigos até - percebam o tanto que é frágil,. fraco e precisado de atenção esse moço.

sim sim.. apesar de ter tentado aprender desde muito tempo atrás, nunca consegui direito fazer esforço pra estar bem.
mas para parecer bem, ah, esse esforço consigo fazer muito bem. tanto que às vezes até eu mesmo me pego crendo nisso.
uma máscara, talvez.

não sei. só isso. não sei como estou.
e é mais fácil querer parecer bem. talvez pra evitar aquele tanto de por quês? dos amigos, ou talvez porque assim não preciso me preocupar muito. estou bem e pronto. é mais fácil, menos trabalhoso. mas será verdade? [...]

sempre fui fraco, frágil, um ótimo fingidor de bem estar.
mas no fundo, um mero patético medroso.
com medo de.. medo de viver.
talvez forçado pelo ceticismo de achar que o que é bom de verdade não existe.
ahh.. isso é bom demais pra mim, tem alguma coisa errada.
e voilà. dava errado.
talvez por força até da descrença brutal e amarga que eu tinha sem precisar ter.
[...]

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