quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

# 272


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às vezes encontramos respostas pra alguns conflitos, temores e medos onde menos esperamos.
Isso acontece com frequência comigo.

na última semana, após voltar da análise,  estava com a cabeça cheia de questionamentos,  conflitos,  o que é perfeitamente comum, aliás.

e eu não conseguia definir o ponto em que eu tinha que chegar diante daquele tanto de coisa que ululava na minha cabeça,  não conseguia colocar liga naquelas questões, o que estava me deixando aflito pra xuxu.

até que assistindo "Being Erica", meu seriado favorito,  consegui enxergar o que a analista me propôs.

a série é fantástica,  e trata, justamente,  de terapia, onde a protagonista ganha um terapeuta que tem o poder de manda-la ao passado,  para rever seus arrependimentos e entender o tanto que eles influenciam no que ela é aos trinta e poucos anos.

recomendo,  aprendi um tanto com ele, fora que a trilha sonora é fenomenal, e ainda que por ser canadense, foge um pouco do padrão das séries americanas, contra as quais nada tenho, aliás.

o importante é que eu me sinto bastante instigado a pensar depois de cada episódio,  que sempre tem alguma mensagem, e por vezes, como na última semana,  o conflito da Erica é semelhante ao meu, e isso me ajuda a refletir.

bom, a lição da semana foi que a gente sempre tem a tendência a esperar que o mundo haja dentro da nossa própria visão de certo e errado,  que é feita com base nas nossas vivências exclusivas e pessoais. Por conta disso nos frustramos e julgamos e brigamos quando as pessoas à nossa volta não agem como a gente agiria.
aí que tá o erro, quando a gente aprende a respeitar o outro como um ser individual,  com sua própria noção de certo, errado,  tempo e etc, baseada em suas vivências e até em medos, as relações se tornam mais reais e honestas, além de a gente tirar o peso da infalibilidade das costas.

o Nando Reis (de novo ele, sim), diz "a vida não precisa de juízes,  a questão é sermos razoáveis", e é justamente esse o caso. 

é só entender que ninguém tem a obrigação de agir como a gente agiria, que as coisas fluem, e nos trazem ótimas surpresas até. :)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

# 271

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|| "e ficaram livres da perfeição, que só fazia estragos."||



o Nando Reis canta essa frase numa música que fala de um relacionamento.
e eu nunca tinha prestado muita atenção à letra dela, e me surpreendeu dia desses, pois é a mais pura verdade.

quando a gente engata um relacionamento, a gente tenta ter um comportamento perfeito. daqueles, sem tirar nem por, ser o príncipe encantado.
só que a perfeição é uma bagagem muito pesada pra se carregar em cima de um cavalo branco.
é difícil tentar ser perfeito e ser autêntico ao mesmo tempo, o que é um problema muito grande, afinal de contas, a pessoa que nos namora, apesar de suas expectativas, nos namora porque temos nossas próprias características no meio daquela multidão de pretendentes carentes.

e quando se toma consciência disso, fica mais fácil e tranquilo que nos comportemos de acordo com nossas próprias qualidades, e até mesmo, nossos próprios defeitos.
quando a gente deixa a tentativa de ser perfeito de lado, ou então a deixa quase nula, a gente passa a agir de acordo com nossa própria personalidade, com nossas peculiaridades e singularidades. é aí que a gente fica único, e mostra porque a gente merece ser namorado.

 e eu acho que é até bom, quando num relacionamento, a gente desconstrói a imagem de intocável e inerrável de um namorado perfeito. primeiro porque namorar alguém perfeito deve ser um saco. imagina a falta de surpresa, de brigas e de reconciliações? dispenso.
segundo, porque uma desilusãozinha, desde que não muito nociva, ajuda a tirar a aura de perfeição do relacionamento, fazendo com que o casal se veja do jeito que realmente são, e aí sim começa o namoro de verdade, na minha opinião.

quando a perfeição vai embora é que um começa a ver o outro da forma que é, como um ser humano, com defeitos e qualidades, desmistificando aquela imagem de conto de fadas. 
é aí que vão ver se vale a pena manter aquele relacionamento, afinal, é um ser humano, ora bolas. tem que ter saco, paciência e tolerância pra lidar com as fraquezas, o superego, as crises, enfim, é alguém como você.

e pra falar a verdade, sempre vale a pena.
deixa a perfeição pros contos de fadas. 
eu quero mais é ser imperfeito.

pra ler ouvindo "imperfeito" do Pato Fu.