terça-feira, 29 de julho de 2008

# 123

::


e as coisas que são boas só por si mesmas sempre são complicadas... ou distantes.
ficam em lugares demorados pra se chegar, e que as vidas corridas das grandes cidades não deixam muito tempo sobrando.

e ainda assim, num pequeno espaço de tempo, em que a gente se dá por livre das ocupações do mundo, a gente passa por pequenas felicidades em lugares inesperados.

e assim como se fosse o dono da ampulheta dos dias, a gente tenta conter toda aquela areia em potes de vidro, mesmo sabendo que não tem nenhum capaz de cabê-la. mas a tentativa de fazer parar o tempo, ou pelo menos, que ele se prolongue é inevitável, apesar de saber que nada tem esse poder.

no fim, os dias passam, e tudo é bom. os barulhos e silêncios.
quase que uma forma de recordar que ainda tem como respirar/suspirar nesse mundo, coisa que havia ficado pra trás, e nem se sabe onde, enterrada em algum lugar antigo, ou depositada na copa de uma árvore.

a distância é implacável.
restam as pequenas felicidades distantes, como quase uma forma de saber-se vivo outra vez.
quase que num lampejo de esperança de tempos melhores.
só se sabe que as coisas boas estão agora distantes, mas é grato por tê-las lhe acontecido.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

# 122

::


e chegando cedo nessa cidade bonita, onde o mar se mostra grande demais, e o sol atinge um calor forte que nem protetor solar resiste, foi logo pensando em mergulhar.
tomou o onibus 136 e foi direto pra casadeseus amigos que lhe acolhem sempre em seus momentos de fuga.
chegando naquela casa do botafogo, pensou em ir pro mar, mas a viagem lhe cansara tanto, que, sem perceber, estava logo cochilando.. o mar ficaria pra mais tarde.

e se iniciavam as ferias.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

# 120

::

comendo biscoitos de polvilho e tomando chá de hortelã, e já era mais de meia noite e quinze.

num sem medo repentino, ele toma as rédeas daquele momento e se volta pra trás outra vez naqueles dias, e suspira fundo ao perceber que o seu tocador de músicas do computador começou aquela que ele evita às vezes.

e dessa vez a ouve por inteiro, se deixando levar pela memória que é bastante boa pra esse tipo de lembrança, e de volta vem até os cheiros do momento antigo.

e ainda pára praquele questionamento recorrente: será que ainda pensam em mim?

e toma folhas de papel e escreve aquelas cartas que não serão publicadas, tampouco entregues, e as deixa na caixa junto às outras.

e lá se vai mais uma carta pra caixa dos amores antigos, que recebe todos os meses pelo menos uma dessas cartas...

e mordisca outro biscoito, e coloca mais água pra ferver.